terça-feira, 23 de março de 2010

Chaos Led to Quiet




Na passada sexta feira, dia 19 de Março de 2010, tive o privilégio de assistir a um grande concerto no ADN, em Setúbal.
A banda em questão, os Chaos Led to Quiet, é composta por apenas 3 integrantes, mas chegam para nos transportar para um ciclo vivo de emoções.
O post-rock é um género musical que me atinge pessoalmente. A par do rock progressivo, o post rock consegue criar na minha mente novos mundos, novas sensações.
Imaginem-se mergulhados num universo criativo, onde a cada segundo os nossos ouvidos são atingidos com com as notas musicais que queríamos exactamente ouvir.
Os Chaos Led to Quiet, banda de Setúbal, são capazes de nos criar esse novo mundo.
Na sexta feira consegui entrar na sua esfera musical e ficar preso a ela até aos últimos segundos do concerto. Existe uma símbiose perfeita entre cada membro, interligando-se musicalmente de forma perfeita. O som esse é progressivo, capaz de nos fazer abanar a cabeça ou fechar os olhos e imaginar nada mais do que a música.
A música traduz-se num estado de espirito emocional, que tanto nos pode agradar como desagradar. O som dos Chaos agrada-me sem dúvida nenhuma, e não fica nada atrás de uns Caspian ou uns Russian Circles.
Há qualidade em Portugal. Há qualidade em Setúbal.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Música em Setúbal

Atenção a Setúbal!
Os tempos mudam e os estilos musicais também. Há uns anos atrás, Setúbal ofereceu a Portugal uma vaga importante na área musical, acompanhada pelo resto do país. Dessa vaga ficaram nomes como More Than a Thousand, Ella Palmer, Hills Have Eyes, One Hundred Steps, Banshee and something else i can't remember, etc. Por todo o país, e fora dele, estas bandas foram aclamadas e apaixonaram os amantes do género hardcore e ska(referindo-me apenas a banshee), criando verdadeiros núcleos do underground. Underground esse que conseguiu catapultar os More than a Thousand para concertos em festivais "comerciais".
Muitos anos após esse início, as bandas continuam no activo e em boa forma, com albuns e concertos por todo o país. Contudo, a esta vaga juntou-se uma nova, que difere um pouco no género musical, demonstrando que acompanham os tempos e as mudanças lógicas.
Moe's Implosion, Porn Sheep Hospital, The Doups, Mothership, Blame the Skies, BlackOut Noize, Lobo, Grooveland, entre muitas outras bandas.
Esta nova vaga musical tem uma qualidade imensa.
Setúbal continua uma cidade cultural e que desenvolve música como sempre fez. A diferença é que o país não tem essa noção e a ajuda não vem de lado nenhum. Por natureza continuamos a desenvolver o bichinho artístico dentro do coração dos setubalenses. Por amor continuamos a mostrar ao país que nas artes Setúbal ainda é a 3ª cidade do país. Apenas anda com alguma vergonha de se impôr como tal.
Futuro risonho o da música oriunda de Setúbal. Resta saber se as infraestruturas conseguem oferecer aos músicos da cidade a oportunidade de evoluirem aqui mesmo. E este será o grande desafio da cidade nos próximos tempos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

The Road


O próprio titulo deste filme é uma metáfora. A vida é uma estrada finita que seguimos, desconhecendo o que nos irá aparecer à nossa frente. Em "The Road", passa-se exactamente o mesmo. Os protagonistas avançam desconhecendo em absoluto o que se irá seguir. O filme procura ajudar-nos a entender o significado do nosso percurso, tendo como base o sofrimento humano a um nível bastante elevado. Questionando-nos sobre factos simples, como a importância que damos às pequenas coisas, ou factos complexos, como a verdadeira questão da vida: será o caminho que seguimos o realmente correcto?
O desespero do mundo real é tal que o pai ensina ao filho uma maneira de se suicidar, caso tudo desapareça. O mundo é negro e sem uma gota de esperança. A mensagem ambiental não é metafórica, nem se traduz pelo uso de simbolos. É aquilo que vemos e que sentimos.
Os constantes flashbacks, os actos de canibalismo e o confronto entre um possivel suicidio e viver neste mundo sombrio, são factores que nos emergem numa nuvem negra de desespero e questões morais transcendentes a tudo o resto. Não há forma de esconder que "The Road" é o exemplo claro de um verdadeiro futuro negro. Não há heróis como em Mad Max, não há amizade e esperança como em "Terminator", não há máquinas do tempo como em "12 monkeys". Há apenas o que existe, o real. Esta é das poucas vezes que um filme pós apocaliptico se aproxima tanto da vida real que conhecemos.
Até que ponto a sobrevivência vale a pena num mundo completamente destruido e sem hipotese de retorno? De que nos serve caminhar por um mundo devastado e vazio, onde só existe crueldade e nada mais poderá nascer? "The Road" explica-nos tudo isto, ou faz-nos pensar nisto.
Os flashbacks são como os nossos pensamentos passados, simbolizam o que de bom ou mau se passou connosco numa determinada altura, sempre de forma natural.
Todo este péssimismo e dramatismo resulta de forma perfeita. Quando há algo um pouco menos negativo, nós como espectadores sentimos um enorme alivio e uma grande felicidade pelos protagonistas. Embora saibamos que a crueldade é a única matriz deste mundo tão real.
Os flashbacks limitam-se a aumentar ainda mais o nosso desespero. Pois são sempre curtos, tanto nas partes felizes como tristes.
Tocante do ponto de vista relação pai-filho. Tocante do ponto de vista da humanidade e do sofrimento. Cruelmente tocante por ser uma possibilidade futura para o nosso mundo.
Além de todas estas temáticas, também o facto de as crianças procurarem relacionamentos, a felicidade, a amizade em todas as coisas, é explorada de forma bastante simples.
A realização é soberba, acompanhando o estilo sombrio do filme, com planos distantes e correctos. A fotografia envolve-nos num mundo cinzento, em que não existe um pingo de cor(esperança).
"The Road" é um dos filmes mais expantosos dos últimos anos. Kodi Smit-Mcphee tem um papel fantástico para um miúdo da sua idade.Viggo Mortensen tem aqui a sua melhor representação de sempre, interpretando um homem que nos ensina realmente algo, neste nosso mundo coberto de riqueza desmedida e pobreza infinita. Ensina-nos que a felicidade não se encontra no que podemos alcançar, mas no que realmente temos. E o que temos é a nossa familia, os nossos amigos e nós próprios.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

It's life or death


Sergeant JT Sanborn: I'm ready to die, James.
Staff Sergeant William James: Well, you're not gonna die out here, bro.
Sergeant JT Sanborn: Another two inches, shrapnel zings by; slices my throat- I bleed out like a pig in the sand. Nobody'll give a shit. I mean my parents- they care- but they don't count, man. Who else? I don't even have a son.
Staff Sergeant William James: Well, you're gonna have plenty of time for that, amigo.
Sergeant JT Sanborn: Naw, man. I'm done. I want a son. I want a little boy, Will. I mean, how do you do it, you know? Take the risk?
Staff Sergeant William James: I don't know. I guess I don't think about it.
Sergeant JT Sanborn: But you realize every time you suit up, every time we go out, it's life or death. You roll the dice, and you deal with it. You recognize that don't you?
Staff Sergeant William James: Yea... Yea, I do. But I don't know why.
[sighs]
Staff Sergeant William James: I don't know, JT. You know why I'm that way?
Sergeant JT Sanborn: No, I don't.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A música de antes e a música de agora

Antes Santana era livre.
Nos anos 60 e 70 surgiu música sem regras, totalmente inovadora para a época. Génios como Pink Floyd, Genesis e Santana criavam assim estilos musicais livres, cujo único objectivo era"criar". Dando essa liberdade a esses "génios", a sua música desenvolvia-se de uma forma imensamente própria, sempre ligada ao artista. Cada música tinha a personalidade de quem a tocava, compunha e escrevia. Não era um acto de outrém, ou de alguém completamente alheio ao seu proecesso artístico. Fazer música na década de 60 e 70 era partir do princípio. Era recusar críticas e aceitar apenas a veia artística, sem tecto, sem limites.
Actualmente aconteceu um pouco o contrário do que se previa. A música tende-se a formar por estereótipos e a liberdade creativa livre deixou de ter sucesso ou mesmo de existir. Quem quiser aplicar a sua genialidade tem que o fazer segundo certos parâmetros, certas características mais ou menos estereótipadas que, naturalmente, condicionam o génio do artista, limitando-o a todos os níveis.
Pode os leitores achar um exagero. Contudo, imaginem Eddie Vedder, Steven Wilson, Billy Corgan, Jack White e tantos outros nas décadas de 60 e 70. Numa época onde a liberdade musical existia concretamente, apesar de nem sempre bem aceite,. Numa época onde os génios tinham realmente espaço para serem génios.
Antes Santana era livre...

Qualidade

"O motard português Hélder Rodrigues colocou-se hoje a 52 segundos do terceiro lugar do rali todo-o-terreno Dakar-2010."

"Zachary Mainen, cientista da Fundação Champalimaud, acaba de ganhar uma bolsa de €2,3 milhões do European Research Council, tornando-se no segundo cientista a trabalhar em Portugal a conquistar o maior prémio científico europeu."

"Marco Neiva não fez nenhum "Avatar" - nem perto disso - mas criou uma empresa de produções 3D em Viana do Castelo e não lhe tem faltado trabalho."

Estas são três notícias avançadas pelo jornal "Expresso", que demonstram que Portugal não é só o passado, Portugal não é só futebol. Portugal detém a máxima qualidade, tanto no seu povo português, como nas pessoas que vêm de fora para contribuir positivamente na nossa evolução.
Chega de nos queixarmos do nosso país. É tempo de cada um de nós lutar por fazer melhor!



sábado, 9 de janeiro de 2010

City and Colour













"So save your scissors

For someone else's skin
My surface is so tough
I don't think the blade will dig in
Save your strength

Save your wasted time
There's no way that I want you to be left behind
Go on save your scissors
Save your scissors"

É isto que Dallas Green canta. Letras cheias de sentimento, com metáforas directas e objectivas, mas com um profundo sentido emocional.
Se fosse só por isto, Dallas Green era apenas mais um músico, como tantos outros.
É o tom desesperante e ao mesmo tempo intimo, que nos toca tão profundamente.
Dallas Green cria letras fantásticas, sobre a problemática do amor, tanto do ponto de vista positivo como do negativo. Mas é na sua voz que reside a sua magia. Na forma como coloca as palavras numa entoação tão profunda, tão especial que nos toca a todos.
Dallas Green transmite-nos os sentimentos pretendidos da forma mais directa possivel, cantando-nos o que sente da forma que o sente.
Este é o verdadeiro sentimento, este é Dallas(City) Green(Colour).
Um génio a ter em conta.
Aconselho: Save Your Scissors; Comin' Home; Hello I'm in Dellaware; Waiting; The Girl; Like Knives.