1971 é uma data longinqua para a minha geração(1988). Uma data em que tudo é antigo, tudo é o inicio de algo que agora se faz. Contudo, nesse ano tão distante algo completamente inovador para o ano actual(2009) foi feito! Uma certa banda criou uma certa música, música essa que é uma obra prima da música contemporânea.
Falo da “Echoes”. Não há música mais avançada para a sua época. Posso falar do óbvio, que esta música além de ter uma progressividade inovadora, mistura sons considerados demasiado estranhos para a altura e várias partes numa só música, culminando num final assombroso e mágico. Mas o óbvio não merece grande destaque quando falamos de algo que transcende a própria realidade actual.
É sem dúvida uma música visionária, porque através dela conseguimos sentir(e quase ver) um mundo diferente do nosso, futurístico, mas ao mesmo tempo completamente surreal. Entramos numa nave, que não possuí forma, nem queremos que tenha, e percorremos um caminho parecido a uma viagem, mas que no fundo é muito mais que isso. No decurso da música percorremos mundos completamente diferentes, onde existem sensações mas não existem expressões. Mundos onde não há “comos” nem “porquês”. Há apenas o “sentir”. E que grande sentir é este. Creio que quando Carl Sagan referiu que havia uma grande possibilidade de haver vida extraterrestre não pensou na sua forma mais terrena. Penso que esta “Echoes” é uma prova de que os próprios Pink Floyd criaram algo não humano, algo que não quero denominar de sobrenatural, mas sim algo não comum à criação humana e desta forma algo extraterrestre. Esta afirmação pode ser demasiado irrisória, ou metafórica, mas é objectiva como pretendo que seja.
A viagem pela “Echoes” continua e sentimos o reflexo de todos esses novos mundos, sentimos que devemos ir ao encontro do que realmente procuramos, sem colocar grandes perguntas, apenas porque é o correcto a fazer, é aquilo que sentimos.
“Echoes” dos Pink Floyd, é assim uma viagem pelo desconhecido que se encontra dentro de nós próprios, transfigurando um mundo extraterrestre em algo do nosso próprio sentimento, incentivando ao sonho e a uma realidade que é impossivel conhecer-mos na totalidade, sejamos de 1971, de 2009, ou até mesmo de 3000.
Para sempre uma música do futuro!
Um comentário:
Pink Floyd, "still the first on space"...
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