terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Peter Gabriel

Peter Gabriel nunca mais foi o mesmo após a sua saída dos Genesis e os Genesis nunca mais foram os mesmos após a saída de Peter Gabriel.
Não sei se o mais grave foi a perda da essência teatral/storyteller/criatividade dos Genesis, após a saída do seu mentor, ou a perda dessa mesma essência pelo próprio Gabriel.
Gabriel era os Genesis e os Genesis eram Gabriel! Juntos formavam uma das mais especiais e criativas bandas da história musical. O lado teatral de Gabriel, aliado às suas letras sobre histórias únicas e fantasias tenebrantes, davam aos à banda um impulso criativo único. Eram uma banda própria, sólida e convicta. Porém, quando Gabriel "abandonou" os Genesis, a banda nunca mais conseguiu regressar à sua essência e Phil Collins transportou-a para o pop rock da moda, com a sua natural pré-base criativa, o que lhes proporcionou um sucesso sustentável ao longo das décadas de 80 e 90, graças ao egenho de Collins em criar músicas Pop com influências dos Genesis inicias.
Quem sente falta do verdadeiro génio de Peter Gabriel apenas pode sonhar até 1975, com os Genesis, pois o músico nao deu continuidade ao seu trabalho encantador e sonhador. Para infelicidade de todos, Gabriel tornou-se mais um comum artista, num mundo cheio de banalidades.
Um génio para a história, numa banda para a história.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

The Doups


O que torna os The Doups tão especiais que os faz partilhar o palco com The Offspring e abrir para Franz Ferdinand? A resposta pode parecer óbvia, mas não é. O fã que apenas conhece as músicas e não os músicos responderia prontamente que é a sua qualidade musical e a sua energia em palco. Apesar desta afirmação não ser errada, está ainda bem longe de ser uma resposta aceitável.
Para conhecermos totalmente algo é preciso termos um conhecimento aprofundado sobre esse assunto. Não basta ler num sítio, ou ouvir de alguém.
Há algo que distingue os The Doups do resto das bandas. A nível musical somos transportados para o puro indie rock, com garra e energia frenética de todos os membros. Guitarras electrizantes, bateria carregada de energia, baixo que acompanha tão bem as guitarras na energia e a voz que carrega as letras da banda.
Mas o que torna os The Doups tão especiais é a sua humildade e força de vontade. Adicionando Steve Bootland, um homem que sabe trabalhar e que se empenha bastante no que faz.
Os The Doups praticam um indie rock não muito diferente de demais bandas. Não são uma inovação imensa a nível sonoro. Mas são empenhados, são construtivos, têm força de vontade e uma grande humildade conjunta. Contudo, tocam pelo prazer de tocar, ajudam a cidade, tocando na mesma várias vezes seguidas, em curtos espaços de tempo. Sempre pré-dispostos a coloborar e contribuir com o "peso" que já têm, para que Setúbal possa ter renome e orgulhar-se da sua banda.
Os The Doups ensinam-nos assim que não basta ter qualidade musical, não basta sermos únicos no que fazemos, temos também que ser muito humildes, aceitar todos os desafios, por mais pequenos que sejam.
A banda de 2009 em Setúbal e um pouco Portugal, e muito certamente uma das bandas de 2010 de todo o nosso País!

Um abraço ao Nuno, André, Gustavo e João!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Blade Runner - Analogia intemporal



Os filmes policiais da última década pautam-se por terem protagonistas péssimistas, acabados para a vida ou com um drama familiar comum, seja a morte de um filho, o fim de um casamento ou até mesmo a morte de toda a familia. Este facto justifica assim o seu carácter despedaçado e a sua ambição única de resolver os casos a que são propostos, ligando pouco mais ao que resta da vida.
EmBlade Runner, Deckard(Harrison Ford) não perdeu absolutamente nada. Sem uma historia artificial e pré-concebida, Deckard é um ser vazio, despedaçado, mas por motivos concretos e visiveis ao espectador, e não por tramas familiares de puxar ao sentimento.
Em Blade Runner os personagens são o que são, desenvolvidos no filme sem a necessidade dos filmes actuais de recorrer a pré-concepções dramáticas que possam facilmente elevar o drama dos personagens sem qualquer profundidade.
Os filmes de ficçao científica da última década utilizam possibilidades argumentativas geniais, desenvolvendo ao máximo o imaginário futurista, utilizando novas tecnologias, tais como os ciborgues artificiais de Surrogates, que substituiem o ser humano na vida activa, enquanto estes ficam deitados numa cadeira em descanso, ou em filmes como Matrix onde universos cibernéticos sao criados para simularem a vida real, aos quais os seres humanos sao conectados, podendo simular inúmeras acções inacreditáveis.
Em Blade Runner não há necessidade de utilizar um mundo complexo para nos preencher a mente de sonhos. No filme de Ridley Scott, o universo, a cidade, é criada como um protagonista, sendo-lhe atribuída personalidade e características (chuva, fumo e o escuro da noite) que a demarcam de todas as outras cidades de qualquer filme de ficção científica.
Blade Runner mergulha-nos num ambiente pré-cuidado, mais cuidado até que um personagem, pois não nos podemos esquecer que é do ambiente e do universo que vive um filme, sendo depois desenvolvido no argumento e personagens.
Não há utopias que se destroem, não há sonhos que se iniciam, não há cidades futuristas que nos deixam boquiabertos apenas visualmente, sem corresponder de igual forma no argumento.
Em Blade Runner há um personagem-cidade que vive e respira como Harrison Ford, sendo-nos apresentado de forma directa e simples, mas com uma simbologia enorme em cada plano.
É por isto e muito mais, que Blade Runner é um dos melhores filmes de ficção científica de sempre e um dos poucos que consegue oferecer-nos uma verdadeira filosofia.



Born/Reborn/Undead/Death

Within the nature we rise from elsewhere
Born from an unperfect being, we are pure life
Our mother gave us to the world
We were born from nature itself
Mother is nature itself...
In the beginning we couldn't understand a word
We couldn't remember a thing
We learned more and more, from mother, from nature
She helped on our development as human beings
We learned how to gave life

[and then it faded away]

We started to loose some abilities
We started to depend on others
We couldn't remember anything
Neither understand a word
Everything became so confusing
We lost the sky, we lost the candle of life
We had returned to nature itself
And nature gave us death

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal

Desejo um Feliz Natal a todas as pessoas do Mundo, deixando aqui uma música que considero ser uma obra-prima e um exemplo da excelência musical dos anos 70! A sua visão futurista e o facto de ter sido a primeira banda que ouvi na minha vida, tornam ainda mais especial esta música e a banda em questão!

Genesis - Looking for Someone

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Em Barcelona há uma equipa


Não sou de escrever sobre futebol, mas sobre este assunto parece-me pertinente.
Há uma equipa em Barcelona que eu já não via desde os longínquos tempos em que o futebol me corria nas veias de uma forma própria. Sabia o nome de todos os jogadores da 3ª divisão da Indónesia! Talvez seja um exagero, mas sabia mesmo muita coisa.
De 1998 a 2002 houve uma equipa mágica que trocava a bola como nenhuma outra e era constituída pelo mesmo núcleo de jogadores, que criaram raízes entre eles e se conheciam tão bem. Falo da selecção Francesa. Toda a gente se lembra da equipa de Barthez, Lizarazu, Desailly, Blanc, Thuram, Deschamps, Petit, Djorkaeff, Zidane, Henry e Dugarry (entre outros). Que regalo era vê-los jogar.
Equiparadas a essas vi também o Porto de Mourinho (que ganhou a taça Uefa e a Liga dos Campeões) e o Barcelona de Figo, Guardiola, Overmars, Rivaldo e Luis Enrique.
Actualmente há uma nova equipa similar às que referi. O Barcelona de Josep Guardiola. Digo "o Barcelona de Guardiola" porque é claramente construído à sua imagem. Toda a inteligência táctica que este possuía enquanto jogador está claramente implícita no futebol da equipa espanhola.
Guardiola fez o mais díficil. Com "estrelas" construiu uma equipa base, sólida e de confiança, que pratica entre cada jogador, um ritmo equiparado ao do coração, ao de algo natural e humano, como se os jogadores estivessem realmente ligados a uma "nave-mãe".
Guardiola fez o que o Real Madrid não consegue fazer há quase uma década. O que equipas levam anos e anos a construir (se alguma vez conseguirem).
Este Barcelona ficará certamente na história, como uma equipa própria, com idêntidade e inteligência. Se José Mourinho se demarca pelo seu forte carácter e posição de líder incontestável, Josep Guardiola é sereno e calmo. Aplica a sua mentalidade táctica de uma forma quase tão natural quanto como se ensina um bébé a falar.
Guardiola descobriu assim uma fórmula de construir uma verdadeira equipa, um coração funcional, algo que todos andamos à procura em muito da nossa vida, e alguns nunca encontram.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar - Sim ou Não?










Avatar
, de James Cameron, foi um dos filmes mais esperados dos últimos anos. Tão desejado pelos fãs de Cameron, como pelos fãs do bom blockbuster. Cameron é um dos mestres do cinema de entretenimento. Exterminador 1 e 2, Titanic, Aliens, True Lies e O Abismo, são excelentes exemplos de filmes coerentes do ponto de vista do entretenimento, sendo que alguns deles são, a meu ver, obras primas ( exterminadores e aliens).
15 anos após a data em que Cameron projectou este filme, eis que surge Avatar na sua fase final.
A tecnologia usada em Avatar é sem dúvida impressionante. Nunca foi antes visto um filme de tamanha qualidade tecnológica. Avatar vai além de tudo o que existe e as primeiras imagens emergem os nossos olhos numa realidade completamente inovadora. Ao espectador é apresentado um novo nível de realismo. Os actores "saiem" da tela e representam bem diante da nossa pessoa, de uma forma surpreendente!
Contudo, Avatar falha do ponto de vista da utilidade. Muitas das sequências não têm grande profundidade, nem fundamento. Apenas existem para encherem os nossos olhos daquele espanto tecnológico que Cameron pretendia. Os personagens são algo vazios, criados a partir de estereótipos pouco funcionais. Cameron não procura esconder os seus personagens através do 3-D ou da tecnologia, mas também não consegue projectá-los de forma convincente para o espectador. Por vezes temos a impressão de estarmos a assistir a um espetáculo de marionetas, sem alma e sem projecção humana.
Em relação ao argumento, Cameron criou um filme com uma ambição limitada. Creio que o objectivo do realizador seria o de captar um público mais jovem. O argumento é vago, sem profundidade e com uma mensagem simplória. O que obviamente não justifica o facto de ser um filme para jovens, porque mesmo um filme para jovens precisa de um argumento bem trabalhado, o que aqui não acontece.
Avatar passa também uma mensagem ambiental, de forma simples e directa. Esta forma de divulgar uma ideia tão própria do realizador de forma tão "oferecida", é aqui positiva. Tendo em conta o público alvo do realizador, nunca poderia haver uma forma alternativa de expandir a sua ideia, visto que a utilização de metáforas ou ideias cruzadas, só iriam confundir o mesmo, fosse ele jovem ou adulto.
James Cameron pretendeu, a meu ver, criar um filme que agradasse ao público de Titanic, e não ao de Aliens ou Exterminador. Desta forma, Cameron afastou os seus fãs mais profundos, mas acabou por ganhar onde mais interessa para a indústria, na bilheteira.
Avatar é um meio passo até ao cinema da próxima geração. Não é um passo completo, porque mais uma vez, um filme 3-D não conseguiu equiparar a sua excelente tecnologia a um bom argumento. Temos aqui a maior inovação tecnológica até à data, mas também um argumento cheio de lacunas e apenas interessante no momento em que o estamos a visionar. Não levamos nada de Avatar connosco, excepto a sua simplicidade, choque visual e mensagem ambiental, simples e directa.
Talvez sirva para outros realizadores aprenderem uma lição e perceberem que o cinema da nova geração está mesmo aí a chegar. Para isso basta que aliem tudo o que de bom Cameron trouxe com este Avatar, a um argumento profundo e completo.
Avatar sim, do ponto de vista visual. Avatar não, como obra cinematográfica.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pacman e a cultura













Todas as semanas leio uma crónica de um senhor que sabe o que diz. Apesar da fama que actualmente tem, sempre soube qual era o seu valor e como se comportar. Estou a falar de PacMan da banda portuguesa "Da Weasel". Desengane-se que quem canta num grupo de Hip Hop é menos culto, ou menos capaz de argumentar como um verdadeiro político do povo. Aliás, é isso que ele representa. Conhecendo o mundo da fama e o mundo em que habita diariamente(Almada), Pac não vive num conto de fadas irreal, procura antes dar voz ao povo e à sua cidade(Almada), no grande palco do espetáculo, que é a fama.
Não foi sobre ele que pensei em escrever este post, mas sim pelo assunto que referiu na sua última crónica. Pac refere que "na Inglaterra quase que se ganha por semana o que por cá se ganha por mês. Ainda assim, a música, os livros, os filmes são significativamente mais baratos."
Este é, sem dúvida, um dado curioso. Eu próprio adquiro dvds pela amazon.uk em vez de os comprar em portugal, porque são mesmo mais baratos. As pessoas recorrem ao estrangeiro, para adquirirem bens que por cá são mais caros. Estamos a falar de um "estrangeiro" que tem salários quase quatro vezes maiores que os nossos!
É de facto curioso que a cultura em Portugal seja bem paga! Um concerto, um bilhete de cinema, um dvd, um livro, todos estes objectos são pouco proporcionais para o que o individuo médio ganha em Portugal. A cultura é cada vez mais de acesso exclusivo a quem pode, não a quem quer.
Considero a cultura algo essencial para todas as pessoas, portanto a exclusividade ao seu acesso não pode aumentar, tem que ir de acordo a certos critérios, tais como o salário das pessoas.
Talvez seja esta uma das razões porque a cultura em Portugal está numa fase decadente, apesar de toda a vontade e qualidade. A outra será, provavelmente, o facto do mercado em Portugal ser pequeno para a qualidade que existe, o que impossibilita muito do que é bom de não ter capacidade de expandir a sua arte.
Termino tal como o Pac. "Que se lixe, afinal de que vale a cultura?"

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Inércia Mental

Há uma certa aptidão de algumas pessoas para criticarem o que está errado, sem tentarem encontrar elas próprias uma solução para a questão. Para essas pessoas a crítica é, normalmente, apoiada em poucos argumentos e mais em questões óbvias, porque simplesmente como não são capazes de dar uma alternativa, também não são capazes de criticarem com base em argumentos sólidos.
Mais do que criticar, as pessoas deixam-se adormecer e não procuram elogiar quando as boas coisas acontecem. A despreocupação geral sobre questões urgentes(a nossa cidade, a nossa política, a nossa educação, o nosso desporto, a nossa cultura) é grave. Além de diminuir a capacidade do ser humano, diminuí também a área que não é "cuidada".
Penso que, além de promover todas essas áreas, se deve promover o individuo para que este tente criar, inovar, inventar, não ficar parado, não querer apenas uma área, um objectivo.
Um dos males do Pais é, a meu ver, o pouco "acreditar" que as pessoas têm e a forma como esperam que sejam sempre os outros a resolverem questões que dizem respeito a todos.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Consciência/ COP 15 Copenhagen













O "Mundo" encontra-se reunido em Copenhaga para uma crucial conferência sobre as mudanças do clima.
Ignoremos esse facto ou não, o Mundo muda e evoluí, tal como as espécies que nele habitam. Deste modo, há uma clara e objectiva necessidade de preservar o meio ambiente, da forma mais racional possível. Como é óbvio, o ser humano funciona por facilitismos, e na maior parte das vezes essa necessidade de presevação ambiental não é cumprida. Seja em pequenas coisas ou em grandes, o ser humano tem a capacidade de interferir na natureza e no ambiente de forma única, como nenhum outro ser vivo consegue.
Concordo, pois claro, com o facto de alguma poluição ser "necessária". Não sou extremista em ideologias, tento ser racional à minha maneira, por isso compreendo o uso dos combustiveís e "etc" que contribuem para que o planeta adoeça. Porém, sou a favor de um programa educacional nas escolas em que o ambiente seja o tema principal, sendo que os alunos devem aprender formas de preservar esse mesmo ambiente.
Há situações que só se vão repercutir daqui a tantos anos que nem os nossos bisnetos serão vivos, mas essa é uma forma de acabarmos com a nossa continuidade, a do ser humano. Se um dos objectivos da vida humana é a reprodução, para garantir que deixamos um legado neste mundo, então é lógico que tenhamos que fazer um pouco mais do que garantir que colocamos mais seres humanos neste planeta.
Temos que começar a ter uma maior consciência das grandes e pequenas consequências.

Liberdade/Independência - Moon, de Duncan Jones












Moon
, do realizador Inglês Duncan Jones, que curiosamente não quis adoptar o nome do pai para não ter sucesso à sua custa(é filho de David Bowie), é um drama de ficção científica, muito centrado na parte dramática.
O filme gira em torno de apenas um personagem, Sam Bell, interpretado de forma intensa por Sam RockWell. Faltam duas semanas para o astronauta Sam Bell, que se encontra há quase três anos em solo lunar, completamente alheio a qualquer contacto directo com seres humanos, regressar ao planeta terra. Como única companhia, Sam tem um robô chamado Gerty(voz de Kevin Spacey). Além das saudades que este nutre pela mulher e filha, o personagem de Sam foca-se no facto de faltarem apenas duas semanas para regressar a sua casa. Contudo, um inesperado acidente vem modificar toda a sua perspectiva emocional, humana e futura da sua própria vida.
Moon coloca-nos num caixão bem enterrado no fundo da terra, enquanto ainda vivos sentimos o medo não só desse isolamento, mas de um possível confronto com o mundo lá fora. Este filme questiona até que ponto somos donos da nossa própria liberdade ao entrarmos numa determinada sociedade e seguirmos certas regras. Não as destrói, mas deixa-nos a pensar nessa situação. O facto de alguém ser capaz de destruir a nossa vida de forma tão fácil quanto as novas tecnologias permitem, é algo que nos deixa presos dentro de nós próprios, sufoca-nos sem termos hipótese de fugir desse sufoco.
E se descobrissemos que somos apenas um clone do nosso ser original, e que já se passaram muito mais anos desde que os que inicialmente pensávamos, sendo que será impossível retomar o ponto que deixámos? É isto que sucede no filme ao personagem Sam Bell, que nos deixa aterrorizados e nos faz pensar na vida.
É um filme competente, bem realizado, mas que poderia ter ido muito mais longe do ponto de vista argumentativo. O revés da situação inicial é o que, praticamente, nos prende ao ecrã, além da brilhante interpretação de Sam Rockwell, que através do seu personagem nos transmite todo o pavor e horror de podermos um dia perder toda a nossa independência e liberdade, em prol de uma sociedade que apenas quer enriquecer, seja de que forma for...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Coisas de Hoje e de Sempre

Já há uns tempos que reparo nisto. Dizem que o ser humano é um ser sociável. Até que ponto será mesmo?
Diariamente convivo com vários meios de transporte, sendo que alguns deles têm uma longa duração de viagem. Há algo que reparo imensas vezes e que me causa alguma estranheza. Num comboio com inúmeras pessoas, são raras, muito raras, tão raras, as que metem conversa com outras. Chegam por vezes a fazer viagens de 1 hora sem abrir a boca. Como é óbvio nem toda a gente tem a necessidade de expôr a sua vida ou dar-se ao trabalho de estar a dialogar com quem não conhece após um dia cheio de trabalho, mas porque é que isto é uma regra? Ninguém fala com quem não conhece excepto em ocasiões necessárias. Não somos todos seres humanos? Não é suposto funcionarmos numa sociedade, todos juntos? Então como é possível que alguém seja a pessoa mais estranha possível até que uma mera ocasião as junte?
É estranho, de facto, este nosso ser humano.

Outro dado que achei interessante do dia de hoje, é a notícia que li sobre o seleccionador françês, Raymond Domenech, ter cobrado 800 mil euros pela qualificação para o campeonato do mundo por parte do país dos gauleses. Ficar chocado com estes números não é uma manifestação muito inteligente, porque existem mais de 200, 300, jogadores a ganharem números astronómicos.
Não digo que não devam ganhar bastante, mas dentro de um grau de racionalidade, não será tudo isto demasiado?
Sem grandes aparatos, peguemos em 10% do ordenado dos 200 jogadores e dirigentes desportivos que mais ganham. O que é um corte salarial de 10% no ordenado deles? Claro que ninguém gosta de ter esse corte, mas em que é que se traduz realmente?
Com estes 10% não seriamos capazes de alimentar milhões de pessoas?
Será que estes jogadores e dirigentse se iriam mesmo opôr contra esta "revolução", ou será que acabar com vários problemas do mundo acabará por destapar o pano sobre quem quer continuar escondido?
Não me venham com tretas.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Influências


In my life i've met people who really reinvented the definition of being human.
They are ordinary people with an immense desire to create something on their own, gather information and take this information to improve themselves.

I've met a boy that had music inside his mind. He could invent the most beautiful and sentimental songs without wasting much time. Any genre, any style, any instrument. He could learn anything within a few days. I've always told him, "Boy, you should be locked in a room just inventing music".

I've met a girl that could draw reality like it was the most simple thing to do. She had the desire and imagination to draw things so perfectly and most importantly, she could make new things, new objects.

I've met a boy that threw back his ability to play an instrument and follow his dream like it was the most natural thing to do. I'm talking about someone who gave his entire life to music and then threw it away for the desire to discover more of our world, our universe.

I've met a boy that used to destroy everything around him, including himself, his own life. Then he changed. For many reasons. He found a path. And he started to take the right decisions.

I've met a girl that was very found of nature. She would give everything for the ambient. She had objectives and she followed them without looking sideways. She's a winner.

I've met a girl that at a certain age has lost almost everything. She continued to live and fought against it all. She's now on her way to make her life here to stay.

Each of them made me as i am. They're an influence for everything i do. They made me stronger, they made me dream about things i would never think.

Now i've met a girl that is making me happy. With her and all my influences i also want to influence someone positively.


ps: the boys in the picture are also an influence [Sigur Rós]

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

30 Seconds to Clyro



“Golden Rule” dos escoceses “Biffy Clyro”, é o 1º single do novo cd. Ao contrário do que seria de esperar numa música comercial, o refrão não é continuamente repetido. Ao início há uma explosão de loucura e energia , que se cruza, personificando a alma desta banda. Os últimos dois minutos são um exercicio primoroso de técnica, construção musical e marca própria. São explosivos, num ritmo progressivo, sem qualquer vocal, desafiando todas as regras do “comercial”. Com esta música, os Biffy Clyro desafiam os seus fãs e todos os ouvintes do rock, ao entregarem-lhes uma música complexa e cheia de sentimento, ao contrário da suposta repetição fácil do refrão.

A nova música dos “30 Seconds to Mars”, “Kings and Queens” pode ser entendida como um estalo na cara dos seus fãs anteriores, pois além de ter quase 6 minutos, não seguir um padrão lógico dentro do rock, com um ligeiro solo de bateria, uma voz cuidada e intensa, partes ritmadas e outras mais calmas, desafia tudo a que se propôs a banda no albúm anterior. É um prazer escutar o génio de Leto no expoente máximo, com liberdade para criar à sua vontade( e tão bem que o faz), baseando-se na sua voz cheia de garra e misturando-a com uma progressividade alternativa, criando assim um som inovador face ao habitual rock de mastigar e deitar fora. Uma evolução tremenda e de enorme qualidade.