Comecei cedo a questionar-me sobre o que poderia fazer para alterar qualquer coisa na sociedade. Na referida altura não tinha "armas" para tal e então nada fiz. Depois agarrei-me às pessoas e tentei dar-lhes o que precisavam, alguém para as ouvir. Desenvolvi várias amizades, com algumas pessoas demasiado diferentes de mim. Com toda esta envolvência cresci e aprendi a aceitar certos pontos de vista. Alterei também a minha forma de pensar. Como sou um ser humano errei várias vezes e muitas vezes continuei tentar movimentar as coisas e pessoas à minha volta, conforme me sentia mais confortável. Mas não me preocupei com uma coisa que é essencial: saber falar dos meus problemas.
Os meus amigos conhecem-me bem, mas ao mesmo tempo não conhecem muitos dos meus problemas ou formas como realmente penso. A culpa não é deles, muitos tentaram mas eu sempre fugi. Este é um dos meus problemas, fugir aos meus problemas.
Habituei-me a ouvir os problemas dos outros e de certa forma a aprender com eles. Creio que aprendi muito, mas ainda me falta aprender muito mais.
Outro assunto a debater é o dos futuros pós-apocalipticos, ou seja, daquelas representações filmicas ou literárias de mundos devastados pela guerra e revolta humana. Manifestações sempre aconteceram, talvez mais do que as que estão a acontecer agora. Porém, por vezes questiono a capacidade de certas pessoas de "prever" o futuro.
Há uma obra fascinante que penso que deverá ser vista por todas as pessoas que se queiram informar mais do mundo. Para aqueles que não gostam de animação japonesa, vale a pena esquecer um pouco esse preconceito. Não se foquem também nas questões ficcionais do filme em questão, mas sim nas sociais, e terão à vossa frente uma visão incrivel do futuro, de forma dura.
Falo de Akira, a obra de Katsuhiro Otomo.
No link abaixo podem dar uma vista de olhos na obra e se ficarem com curiosidade vejam o filme na totalidade.