Ser ou não um bom profissional depende do quanto nos esforçamos para alcançar os nossos objectivos, do quanto tentamos ultrapassa-los e alcançar novos objectivos, criar outros e por vezes inventar. Depende do quanto insistimos em algo, do quanto pesquisamos sobre algo, do quanto estamos dispostos a dar a esse projecto, de forma a que consiga evoluir e progredir.
Isto não é novidade.
Por vezes o trabalho que fazemos nao é notado pelos outros, pelo menos da mesma forma. Não posso pois criticar objectivamente o trabalho de alguém que não sei em qu moldes é que realmente trabalha, mas posso dar a minha opinião, que entendo como não objectiva.
Desta forma, posso chegar ao objectivo deste texto: Competência de Paulo Sérgio (treinador do Sporting) e de André Villas Boas (treinador do Porto).
Ambos são jovens, ambos dão a cara pelo clube e mostram ambições elevadas. Os clubes têm culturas muito diferentes e também por isso o modo de evolução de cada treinador e do seu trabalho é diferente.
Porém, é em situações de alerta, urgência, ou surpresa, que vemos a verdadeira qualidade de um bom profissional.
Numa situação futebolistica, um bom profissional (falando de um jogador), é alguém que consegue competentemente fazer qualquer posição em campo, que consegue coordenar uma equipa e aumentar o esforço fisico se necessário. O mau profissional é o que se limita a fazer o que lhe é pedido, o que só sabe funcionar de uma forma, e o que não é capaz de fazer pela equipa em vez de fazer por ele mesmo. Dentro deste segmento temos o exemplo de vários jogadores com qualidades técnicas inferiores a outros, mas que pelo seu esforço e dedicação conseguiram alcançar muito.
Voltando novamente ao tema dos treinadores, o Sporting - Vitória de Guimarães e o FC Porto - Benfica, foram retratos fiéis de um bom e um mau profissional.
Do lado do mau profissional temos alguém que não sabe claramente motivar um conjunto (falo de Paulo Sérgio), que não consegue criar coesão, muito menos em situações de urgência. É inacreditavel que uma equipa como o Sporting, numa situação de 10 jogadores para 11, não consiga gerir o jogo em menos de 20 min de forma a que não sofra 3 golos. Qualquer plantel deve ser treinado constantemente para essa eventualidade, porque é uma possibilidade imensa para qualquer equipa a de ficar com menos um jogador em campo. É necessário um trabalho extra, nos treinos, para remediar essas situações, criando novas tácticas e definindo novas posições, de forma a que o conjunto funcione pelo menos minimamente. Culpar o Maniche pela derrota contra o Guimarães é ser cego e não olhar para o verdadeiro problema: a gestão da equipa e do colectivo.
Por outro lado, o Porto consegue ter uma capacidade de gestão imensa, adaptada ao seu novo treinador, Villas Boas. Este jovem mostra já uma visão muito mais táctica e de um grande conhecimento posicional, capaz de prever situações e lances, e antecipar-se a certas situações.
Os jogadores são certamente diferentes, mas Villas Boas tem um trabalho primoroso nos treinos, cuidando de todas as situações possíveis como Mourinho faz. E os resultados estão aí.
Derrotar o Benfica por 5-0 não é um resultado ao acaso, também não é por completo mérito dos jogadores. É porque existe alguém forte a comandar a equipa e que sabe como e quando agir.
É esta a diferença entre um bom e um mau profissional.
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