quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Echoes


1971 é uma data longinqua para a minha geração(1988). Uma data em que tudo é antigo, tudo é o inicio de algo que agora se faz. Contudo, nesse ano tão distante algo completamente inovador para o ano actual(2009) foi feito! Uma certa banda criou uma certa música, música essa que é uma obra prima da música contemporânea.

Falo da “Echoes”. Não há música mais avançada para a sua época. Posso falar do óbvio, que esta música além de ter uma progressividade inovadora, mistura sons considerados demasiado estranhos para a altura e várias partes numa só música, culminando num final assombroso e mágico. Mas o óbvio não merece grande destaque quando falamos de algo que transcende a própria realidade actual.

É sem dúvida uma música visionária, porque através dela conseguimos sentir(e quase ver) um mundo diferente do nosso, futurístico, mas ao mesmo tempo completamente surreal. Entramos numa nave, que não possuí forma, nem queremos que tenha, e percorremos um caminho parecido a uma viagem, mas que no fundo é muito mais que isso. No decurso da música percorremos mundos completamente diferentes, onde existem sensações mas não existem expressões. Mundos onde não há “comos” nem “porquês”. Há apenas o “sentir”. E que grande sentir é este. Creio que quando Carl Sagan referiu que havia uma grande possibilidade de haver vida extraterrestre não pensou na sua forma mais terrena. Penso que esta “Echoes” é uma prova de que os próprios Pink Floyd criaram algo não humano, algo que não quero denominar de sobrenatural, mas sim algo não comum à criação humana e desta forma algo extraterrestre. Esta afirmação pode ser demasiado irrisória, ou metafórica, mas é objectiva como pretendo que seja.

A viagem pela “Echoes” continua e sentimos o reflexo de todos esses novos mundos, sentimos que devemos ir ao encontro do que realmente procuramos, sem colocar grandes perguntas, apenas porque é o correcto a fazer, é aquilo que sentimos.

“Echoes” dos Pink Floyd, é assim uma viagem pelo desconhecido que se encontra dentro de nós próprios, transfigurando um mundo extraterrestre em algo do nosso próprio sentimento, incentivando ao sonho e a uma realidade que é impossivel conhecer-mos na totalidade, sejamos de 1971, de 2009, ou até mesmo de 3000.

Para sempre uma música do futuro!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Boa vontade

Havia um jardim. Nesse jardim havia um lago. Junto a esse lago havia um rapaz, uma cadeira, um homem e um barco a motor. O rapaz encontrava-se à beira do lago, sentado na cadeira. O homem estava sentado ao seu lado, mas no chão. O rapaz controlava euforicamente o barco com o seu comando, enquanto o homem fumava um cigarro e aplaudia os movimentos da pequena embarcação. O dia estava a acabar. O pai tinha trazido ali o seu filho, para que ele pudesse disfrutar da sensação de conduzir, controlar um pequeno barco a motor, naquele lago no meio do jardim.
Durante uma hora o rapaz controlou o barco e o homem riu e aplaudiu, enquanto fumava os seus cigarros.
No final o homem retirou o barco da agua, arrumou-o dentro de um saco e pegou no filho ao colo, com algum esforço e por último a cadeira onde o filho estava antes sentado.
Todos os dias o pai trazia o filho a este lago, no meio do jardim, para que ele pudesse pelo menos uma vez por dia ter a sensaçao de como é realmente andar.

sábado, 12 de setembro de 2009

Análise a um personagem - Roy Batty

Roy Batty é o personagem-vilão do grande filme de culto "Blade Runner". Mais que um personagem Roy é um modelo perfeito do ser humano em vários aspectos.
Roy tem um espirito infantil, um modo descontraído e curioso de viver as pequenas coisas da natureza, em contraste com uma personalidade forte e violenta, realçando a sua ambição e vontade de aprender mais.
Roy questiona a vida como ninguém questionou. Torna essa mesma questão a principal razão da sua existência. Essa busca torna-se a sua vida e também a sua morte.
Porque estamos aqui? Quem somos nós? Para onde vamos? Quanto tempo temos?
Roy debate-se com todas estas questões, alternando entre o seu espirito de jovem e de violento adulto.
Como Replicant,(réplica de um ser humano, feito à imagem do seu criador, assim tal como o próprio ser humano, feito à imagem de Deus) Roy possuí limitações. Tem um "prazo de validade" de 4 anos, tal como os seres humanos têm o seu próprio prazo de validade. Tem capacidades fisicas e mentais extraórdinarias e junta em si próprio uma criança e um adulto.
Para encontrar as respostas às questões anteriores, Roy encontra-se com o seu criador, tal e qual os seres humanos, que ambicionam um dia encontrar-se com o seu Deus.
Não encontrando resposta junto do criador, Roy decide matá-lo e aceitar a morte, desafiando-a sem o menor medo.
No fim do seu tempo, Roy define a vida como algo que passa, sendo que se deve viver ao máximo essa experiência e fazer coisas que ninguém tenha feito. Nesses últimos momentos Roy compreende que a morte acaba com tudo e que há questões que não têm resposta, nem mesmo junto do criador:
"I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die."
Roy Batty é assim um dos melhores personagens da história do cinema, juntando em si todas as demais questões que nós próprios ambicionamos conhecer as respostas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Falar bem

Fernanda Silva, directora do Festróia em entrevista ao jornal "O Setubalense" :
"Setúbal precisa de muitos mais espaços culturais porque depois quando falta um, falta tudo."

Assim se fala bem!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aprender algo

Os Animes não são apenas uma forma de entretenimento. Podem servir também para formar, tanto jovens como adultos.


Tokyo Magnitude 8.0 - Episódio 2 :

Mirai Onosawa - "Why are you so nice to us?"

Mari Kusanabe - "I'm not sure... Because i am a person, i guess?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Capacidades Humanas

Compreendi, já há algum tempo, que o mal do ser humano é a preguiça cerebral. Aquela preguiça que nos impede de processar mais do que três ou quatro impulsos eléctricos no nosso cérebro. Que nos torna objectos do tempo, tempo esse que nos desgasta mentalmente.
Os seres humanos têm capacidades extraórdinarias, que não necessito aqui de divulgar. Contudo, muitos escondem-se atrás de si mesmos, numa sociedade que nos quer( e sempre quis) conduzir.
De experiência pessoal, posso dizer que conheço vários seres humanos com capacidades creativas excepcionais, mas que simplesmente preferem navegar na corrente da vida, em vez de criar algo, para eles e para o mundo. Porque viver não é apenas preencher-mo-nos por necessidades ou prazeres, é também dar algo ao mundo e às gerações do futuro, dar algo ao ser humano. Se não fosse esse o propósito então porque morremos nós?
Temos que criar, desenvolver e ajudar, para deixar uma marca no mundo. Um amigo meu disse-me, recentemente, que era criminoso uma mulher não ter filhos por decisão própria, por "não ter tempo para o criar", que a igreja é um meio de controlo positivo do ser humano e que sem ela, a humanidade ter-se-ia perdido algures no tempo. Nunca tinha pensado profundamente sobre estas questões, mas concordei com ele.
O ser humano, é sem dúvida um ser fenomenal, capaz de criar vida e morte. Não seremos nós o nosso próprio Deus?

sábado, 27 de junho de 2009

Rei


Desde dia 25 de Junho que o Mundo está unido, naquilo que pode ser referido como a homenagem ao melhor artista do séc. XX.
Ingleses, Japoneses, Alemães, Chineses, Americanos, Iranianos, Croatas, Sérvios, Argentinos, Africanos, Australianos, etc.
Todos os países choram a morte DO artista, do verdadeiro rei, não apenas da pop, mas de imensos géneros culturais.
Olhando actualmente para as artes, principalmente em Portugal, vemos que não é a questão de maior interesse e que é mais incentivada.
Diz-se que não há uma solução para evitar as guerras entre seres humanos. Não ha forma de parar com o sofrimento humano, que é reproduzido por armas e outros meios.
Não será a arte a solução para a paz?
Michael Jackson é o rei da música, mas não será também o rei da paz?