sábado, 28 de fevereiro de 2009

Setúbal

Tive hoje a oportunidade de 'escutar/participar' numa tertúlia sobre a cidade de Setúbal.
Discutiram-se as artes, história, pessoas, actualidades e passados distantes, o futuro, sonhos e realidades concretas.
Não sou partidário, mas claramente não me identifico com a direita pura, contudo nem com a esquerda genuína. Sou um misto racional de várias realidades, um canhoto não na fase total.
Setúbal é sem dúvida uma periferia, e como tal, Lisboa está muito distante a todos os níveis(e vai sempre estar). Podem dizer-me que Almada está a meia dúzia de metros da capital, e por isso está tão evoluída culturalmente, porém este é um erro apenas para os mais distraídos ou desconhecedores da realidade. Almada tem uma Câmara Municipal fantástica, que tem vindo a dinamizar ao máximo as potêncialidades da cidade ao longo dos últimos anos. Potêncialidades essas, diga-se, muito inferiores às de Setúbal.
Não é por ser setubalense, não estou a ser de modo algum tendencioso, contudo, Setúbal tem, sem a minima dúvida, uma das maiores matérias primas culturais do País! Tal como foi dito esta noite, parece que há algo nesta cidade que ilumina creativamente a população. Podemos não falar apenas a este nível, porque a nivel ambiental temos tanto mais, Arrábida, Troia e Estuário. Temos o peixe, os golfinhos, a música, o teatro, o cinema, a dança. A questão é que temos tanto para dar e nada para fazer dar! E é este o principal problema. Há matéria prima, há condições, há amor e paixão e sem dúvida alma(veja-se com o Vitória, por exemplo). Não há então o dito empurrão, a manivela para fazer tudo andar.
A Câmara é sem dúvida a responsável, não há como criticar quem daqui foge, fogem bem e com razão, Setúbal não deixa ser amada, destrói.
Em Lisboa, onde estudo, não há dia que não explicite o quanto Setúbal tem de belo, as gentes e as terras, refiro também que não existem apoios e é por isso que estamos no fundo.
Mudança? Não sei bem como, só com mudança de Câmara, para alguém dinâmico que faça tudo andar. Ponham a vista em Almada, que tem tanto menos e é agora tanto mais.

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