segunda-feira, 12 de abril de 2010

A política, os partidos e as Pessoas


Não faço parte de nenhum partido. Não considero que exista algum capaz de conciliar as minhas ideologias. Porque sou humano, tenho ideias que tanto podem ser consideradas de "esquerda", como de "direita". Um partido é apenas uma definição algo abstracta(que tenta ser objectiva), que pretende unir pessoas com a mesma matriz de pensamento, ou os mesmos ideais e objectivos.
Como tal, é fácil dizer que o partido X pensa da seguinte forma, logo os seus afiliados pensam também dessa forma, ou parecida. Contudo, considero ridículo definir o ser humano por formas tão pequenas e estereotipadas de pensamento, que não permitem uma mudança de opinião ou um confronto directo com outras situações.
Na assembleia da república(tudo escrito em minúsculas com o propósito de não lhe dar importância), passa-se algo que as crianças das escolas primárias ainda não descobriram. No jardim zoológico podem ver macacos a saltar de ramo em ramo, leões a beber água, elefantes a descascar amendoins, e outros animais variados a dormir e a saltar(é necessário informar que o preço do bilhete para o jardim zoológico ronda os 18 euros!!!). Na referida assembleia, que é a nossa assembleia portuguesa, o local onde se debatem os problemas do povo, existe um zoo muito mais engraçado! Além da entrada ser grátis, neste local podemos ver durante horas a fios, seres humanos de fato e gravata a insultarem-se mutuamente, soltando latidos e grunhidos imperceptíveis até aos animais! Em vez de se debater o que interessa, em vez de tentarem ,conjuntamente ou singularmente, arranjarem soluções para os problemas existentes, os senhores e senhoras passam o tempo a agredirem-se, apenas pelo prazer do acto, pelo prazer de destruir o outro, com sede de poder, ou com sede de outra coisa. Há excepções, como é claro, mas isso há para tudo e em todo o lado, até nas prisões.

Não sou de ligar a partidos, nem muito à politica, porque ela em vez de tentar regular a nossa sociedade, como é a sua função, limita-se a fazê-la saltitar. Por não ligar a partidos, perco também algumas oportunidades de conhecer pessoas interessantes, que também as há ligadas à politica. Porém, apesar de no sentido estereotipado dos partidos, as minhas ideologias se colocarem um pouco mais à "esquerda", embora não muito, há algo no PSD que tem captado a minha atenção. Já sabemos como são os políticos, mas há aí um que me parece no mínimo audaz. Claro que vem num momento em que não tem nada a perder, só é capaz de ganhar, mas há algo nele que me parece superior aos demais. Resta esperar para ver, mas seria no mínimo curioso que apenas um homem me fizesse ligar à politica. Veremos...
Actualmente não interessam muito os partidos, interessa mais quem está à frente deles.

Um comentário:

Renato Neves disse...

Será que alguém pode ter noção do peso da responsabilidade que é tomar uma decisão? Um simples fluir de palavras que ocorre num determidado momento, que faz mudar a vida de todos nós, uma nação. Poderá alguém, que sobe na vida à custa de um partido, que nunca liderou nada mais que um grupo de pessoas com os mesmos ideais que ele, protegido pelo consenso geral, prever as consequências práticas dos seus actos? Não vale a pela tirarmos as maiúsculas da Assembleia da República, o berço da nossa democracia, como quem julga uma mãe pelos seus filhos serem mal educados. Vamos ser coerentes, o descrédito da classe política é uma pescadinha de rabo na boca, a falta de educação (ah.. educação, prícipio fundamental para a nossa independência e liberdade de pensamentos)como eu estava a dizer, a falta de educação dos cidadãos leva-os a não se questionarem àcerca das suas escolhas, que leva a pessoas como as que vemos na assembleia serem eleitas, que gera instabilidade, que dá aso a entraves na linha governativa de quem quer que seja que está no governo, que por fim provoca má governação e o descontentamento geral de quem iniciou todo este ciclo: os cidadãos. O realismo diz-nos que não existem salvadores nem governantes perfeitos, nunca se conseguirá agradar a todos. Assim, o debate político será sempre necessário para todos serem ouvidos, não obstante, quem representa os nossos ideais na Assembleia da República (e aqui não se trata de um indíviduo que encabeça um partido, mas sim do conjunto de deputados que representa uma bancada de determinado partido, contando cada um como um "voto na assembleia"-uma decisão de consciência que supera qualquer ideal partidário) é que terá de ter noção do peso que traz às costas. Se esta mudança na liderança do PSD contribuir para este esforço de mudança de consciência individual dos deputados do Parlamento, então é positiva. Na minha opinião, existiam ainda dois partidos renovarem-se para que a nossa democracia avançasse para o passo seguinte, o PSD e o PC, com este cenário a confirmar-se, a renovação do PSD é um dado adquirido, falta ainda o PC.