terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Peter Gabriel

Peter Gabriel nunca mais foi o mesmo após a sua saída dos Genesis e os Genesis nunca mais foram os mesmos após a saída de Peter Gabriel.
Não sei se o mais grave foi a perda da essência teatral/storyteller/criatividade dos Genesis, após a saída do seu mentor, ou a perda dessa mesma essência pelo próprio Gabriel.
Gabriel era os Genesis e os Genesis eram Gabriel! Juntos formavam uma das mais especiais e criativas bandas da história musical. O lado teatral de Gabriel, aliado às suas letras sobre histórias únicas e fantasias tenebrantes, davam aos à banda um impulso criativo único. Eram uma banda própria, sólida e convicta. Porém, quando Gabriel "abandonou" os Genesis, a banda nunca mais conseguiu regressar à sua essência e Phil Collins transportou-a para o pop rock da moda, com a sua natural pré-base criativa, o que lhes proporcionou um sucesso sustentável ao longo das décadas de 80 e 90, graças ao egenho de Collins em criar músicas Pop com influências dos Genesis inicias.
Quem sente falta do verdadeiro génio de Peter Gabriel apenas pode sonhar até 1975, com os Genesis, pois o músico nao deu continuidade ao seu trabalho encantador e sonhador. Para infelicidade de todos, Gabriel tornou-se mais um comum artista, num mundo cheio de banalidades.
Um génio para a história, numa banda para a história.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

The Doups


O que torna os The Doups tão especiais que os faz partilhar o palco com The Offspring e abrir para Franz Ferdinand? A resposta pode parecer óbvia, mas não é. O fã que apenas conhece as músicas e não os músicos responderia prontamente que é a sua qualidade musical e a sua energia em palco. Apesar desta afirmação não ser errada, está ainda bem longe de ser uma resposta aceitável.
Para conhecermos totalmente algo é preciso termos um conhecimento aprofundado sobre esse assunto. Não basta ler num sítio, ou ouvir de alguém.
Há algo que distingue os The Doups do resto das bandas. A nível musical somos transportados para o puro indie rock, com garra e energia frenética de todos os membros. Guitarras electrizantes, bateria carregada de energia, baixo que acompanha tão bem as guitarras na energia e a voz que carrega as letras da banda.
Mas o que torna os The Doups tão especiais é a sua humildade e força de vontade. Adicionando Steve Bootland, um homem que sabe trabalhar e que se empenha bastante no que faz.
Os The Doups praticam um indie rock não muito diferente de demais bandas. Não são uma inovação imensa a nível sonoro. Mas são empenhados, são construtivos, têm força de vontade e uma grande humildade conjunta. Contudo, tocam pelo prazer de tocar, ajudam a cidade, tocando na mesma várias vezes seguidas, em curtos espaços de tempo. Sempre pré-dispostos a coloborar e contribuir com o "peso" que já têm, para que Setúbal possa ter renome e orgulhar-se da sua banda.
Os The Doups ensinam-nos assim que não basta ter qualidade musical, não basta sermos únicos no que fazemos, temos também que ser muito humildes, aceitar todos os desafios, por mais pequenos que sejam.
A banda de 2009 em Setúbal e um pouco Portugal, e muito certamente uma das bandas de 2010 de todo o nosso País!

Um abraço ao Nuno, André, Gustavo e João!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Blade Runner - Analogia intemporal



Os filmes policiais da última década pautam-se por terem protagonistas péssimistas, acabados para a vida ou com um drama familiar comum, seja a morte de um filho, o fim de um casamento ou até mesmo a morte de toda a familia. Este facto justifica assim o seu carácter despedaçado e a sua ambição única de resolver os casos a que são propostos, ligando pouco mais ao que resta da vida.
EmBlade Runner, Deckard(Harrison Ford) não perdeu absolutamente nada. Sem uma historia artificial e pré-concebida, Deckard é um ser vazio, despedaçado, mas por motivos concretos e visiveis ao espectador, e não por tramas familiares de puxar ao sentimento.
Em Blade Runner os personagens são o que são, desenvolvidos no filme sem a necessidade dos filmes actuais de recorrer a pré-concepções dramáticas que possam facilmente elevar o drama dos personagens sem qualquer profundidade.
Os filmes de ficçao científica da última década utilizam possibilidades argumentativas geniais, desenvolvendo ao máximo o imaginário futurista, utilizando novas tecnologias, tais como os ciborgues artificiais de Surrogates, que substituiem o ser humano na vida activa, enquanto estes ficam deitados numa cadeira em descanso, ou em filmes como Matrix onde universos cibernéticos sao criados para simularem a vida real, aos quais os seres humanos sao conectados, podendo simular inúmeras acções inacreditáveis.
Em Blade Runner não há necessidade de utilizar um mundo complexo para nos preencher a mente de sonhos. No filme de Ridley Scott, o universo, a cidade, é criada como um protagonista, sendo-lhe atribuída personalidade e características (chuva, fumo e o escuro da noite) que a demarcam de todas as outras cidades de qualquer filme de ficção científica.
Blade Runner mergulha-nos num ambiente pré-cuidado, mais cuidado até que um personagem, pois não nos podemos esquecer que é do ambiente e do universo que vive um filme, sendo depois desenvolvido no argumento e personagens.
Não há utopias que se destroem, não há sonhos que se iniciam, não há cidades futuristas que nos deixam boquiabertos apenas visualmente, sem corresponder de igual forma no argumento.
Em Blade Runner há um personagem-cidade que vive e respira como Harrison Ford, sendo-nos apresentado de forma directa e simples, mas com uma simbologia enorme em cada plano.
É por isto e muito mais, que Blade Runner é um dos melhores filmes de ficção científica de sempre e um dos poucos que consegue oferecer-nos uma verdadeira filosofia.



Born/Reborn/Undead/Death

Within the nature we rise from elsewhere
Born from an unperfect being, we are pure life
Our mother gave us to the world
We were born from nature itself
Mother is nature itself...
In the beginning we couldn't understand a word
We couldn't remember a thing
We learned more and more, from mother, from nature
She helped on our development as human beings
We learned how to gave life

[and then it faded away]

We started to loose some abilities
We started to depend on others
We couldn't remember anything
Neither understand a word
Everything became so confusing
We lost the sky, we lost the candle of life
We had returned to nature itself
And nature gave us death

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal

Desejo um Feliz Natal a todas as pessoas do Mundo, deixando aqui uma música que considero ser uma obra-prima e um exemplo da excelência musical dos anos 70! A sua visão futurista e o facto de ter sido a primeira banda que ouvi na minha vida, tornam ainda mais especial esta música e a banda em questão!

Genesis - Looking for Someone

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Em Barcelona há uma equipa


Não sou de escrever sobre futebol, mas sobre este assunto parece-me pertinente.
Há uma equipa em Barcelona que eu já não via desde os longínquos tempos em que o futebol me corria nas veias de uma forma própria. Sabia o nome de todos os jogadores da 3ª divisão da Indónesia! Talvez seja um exagero, mas sabia mesmo muita coisa.
De 1998 a 2002 houve uma equipa mágica que trocava a bola como nenhuma outra e era constituída pelo mesmo núcleo de jogadores, que criaram raízes entre eles e se conheciam tão bem. Falo da selecção Francesa. Toda a gente se lembra da equipa de Barthez, Lizarazu, Desailly, Blanc, Thuram, Deschamps, Petit, Djorkaeff, Zidane, Henry e Dugarry (entre outros). Que regalo era vê-los jogar.
Equiparadas a essas vi também o Porto de Mourinho (que ganhou a taça Uefa e a Liga dos Campeões) e o Barcelona de Figo, Guardiola, Overmars, Rivaldo e Luis Enrique.
Actualmente há uma nova equipa similar às que referi. O Barcelona de Josep Guardiola. Digo "o Barcelona de Guardiola" porque é claramente construído à sua imagem. Toda a inteligência táctica que este possuía enquanto jogador está claramente implícita no futebol da equipa espanhola.
Guardiola fez o mais díficil. Com "estrelas" construiu uma equipa base, sólida e de confiança, que pratica entre cada jogador, um ritmo equiparado ao do coração, ao de algo natural e humano, como se os jogadores estivessem realmente ligados a uma "nave-mãe".
Guardiola fez o que o Real Madrid não consegue fazer há quase uma década. O que equipas levam anos e anos a construir (se alguma vez conseguirem).
Este Barcelona ficará certamente na história, como uma equipa própria, com idêntidade e inteligência. Se José Mourinho se demarca pelo seu forte carácter e posição de líder incontestável, Josep Guardiola é sereno e calmo. Aplica a sua mentalidade táctica de uma forma quase tão natural quanto como se ensina um bébé a falar.
Guardiola descobriu assim uma fórmula de construir uma verdadeira equipa, um coração funcional, algo que todos andamos à procura em muito da nossa vida, e alguns nunca encontram.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar - Sim ou Não?










Avatar
, de James Cameron, foi um dos filmes mais esperados dos últimos anos. Tão desejado pelos fãs de Cameron, como pelos fãs do bom blockbuster. Cameron é um dos mestres do cinema de entretenimento. Exterminador 1 e 2, Titanic, Aliens, True Lies e O Abismo, são excelentes exemplos de filmes coerentes do ponto de vista do entretenimento, sendo que alguns deles são, a meu ver, obras primas ( exterminadores e aliens).
15 anos após a data em que Cameron projectou este filme, eis que surge Avatar na sua fase final.
A tecnologia usada em Avatar é sem dúvida impressionante. Nunca foi antes visto um filme de tamanha qualidade tecnológica. Avatar vai além de tudo o que existe e as primeiras imagens emergem os nossos olhos numa realidade completamente inovadora. Ao espectador é apresentado um novo nível de realismo. Os actores "saiem" da tela e representam bem diante da nossa pessoa, de uma forma surpreendente!
Contudo, Avatar falha do ponto de vista da utilidade. Muitas das sequências não têm grande profundidade, nem fundamento. Apenas existem para encherem os nossos olhos daquele espanto tecnológico que Cameron pretendia. Os personagens são algo vazios, criados a partir de estereótipos pouco funcionais. Cameron não procura esconder os seus personagens através do 3-D ou da tecnologia, mas também não consegue projectá-los de forma convincente para o espectador. Por vezes temos a impressão de estarmos a assistir a um espetáculo de marionetas, sem alma e sem projecção humana.
Em relação ao argumento, Cameron criou um filme com uma ambição limitada. Creio que o objectivo do realizador seria o de captar um público mais jovem. O argumento é vago, sem profundidade e com uma mensagem simplória. O que obviamente não justifica o facto de ser um filme para jovens, porque mesmo um filme para jovens precisa de um argumento bem trabalhado, o que aqui não acontece.
Avatar passa também uma mensagem ambiental, de forma simples e directa. Esta forma de divulgar uma ideia tão própria do realizador de forma tão "oferecida", é aqui positiva. Tendo em conta o público alvo do realizador, nunca poderia haver uma forma alternativa de expandir a sua ideia, visto que a utilização de metáforas ou ideias cruzadas, só iriam confundir o mesmo, fosse ele jovem ou adulto.
James Cameron pretendeu, a meu ver, criar um filme que agradasse ao público de Titanic, e não ao de Aliens ou Exterminador. Desta forma, Cameron afastou os seus fãs mais profundos, mas acabou por ganhar onde mais interessa para a indústria, na bilheteira.
Avatar é um meio passo até ao cinema da próxima geração. Não é um passo completo, porque mais uma vez, um filme 3-D não conseguiu equiparar a sua excelente tecnologia a um bom argumento. Temos aqui a maior inovação tecnológica até à data, mas também um argumento cheio de lacunas e apenas interessante no momento em que o estamos a visionar. Não levamos nada de Avatar connosco, excepto a sua simplicidade, choque visual e mensagem ambiental, simples e directa.
Talvez sirva para outros realizadores aprenderem uma lição e perceberem que o cinema da nova geração está mesmo aí a chegar. Para isso basta que aliem tudo o que de bom Cameron trouxe com este Avatar, a um argumento profundo e completo.
Avatar sim, do ponto de vista visual. Avatar não, como obra cinematográfica.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pacman e a cultura













Todas as semanas leio uma crónica de um senhor que sabe o que diz. Apesar da fama que actualmente tem, sempre soube qual era o seu valor e como se comportar. Estou a falar de PacMan da banda portuguesa "Da Weasel". Desengane-se que quem canta num grupo de Hip Hop é menos culto, ou menos capaz de argumentar como um verdadeiro político do povo. Aliás, é isso que ele representa. Conhecendo o mundo da fama e o mundo em que habita diariamente(Almada), Pac não vive num conto de fadas irreal, procura antes dar voz ao povo e à sua cidade(Almada), no grande palco do espetáculo, que é a fama.
Não foi sobre ele que pensei em escrever este post, mas sim pelo assunto que referiu na sua última crónica. Pac refere que "na Inglaterra quase que se ganha por semana o que por cá se ganha por mês. Ainda assim, a música, os livros, os filmes são significativamente mais baratos."
Este é, sem dúvida, um dado curioso. Eu próprio adquiro dvds pela amazon.uk em vez de os comprar em portugal, porque são mesmo mais baratos. As pessoas recorrem ao estrangeiro, para adquirirem bens que por cá são mais caros. Estamos a falar de um "estrangeiro" que tem salários quase quatro vezes maiores que os nossos!
É de facto curioso que a cultura em Portugal seja bem paga! Um concerto, um bilhete de cinema, um dvd, um livro, todos estes objectos são pouco proporcionais para o que o individuo médio ganha em Portugal. A cultura é cada vez mais de acesso exclusivo a quem pode, não a quem quer.
Considero a cultura algo essencial para todas as pessoas, portanto a exclusividade ao seu acesso não pode aumentar, tem que ir de acordo a certos critérios, tais como o salário das pessoas.
Talvez seja esta uma das razões porque a cultura em Portugal está numa fase decadente, apesar de toda a vontade e qualidade. A outra será, provavelmente, o facto do mercado em Portugal ser pequeno para a qualidade que existe, o que impossibilita muito do que é bom de não ter capacidade de expandir a sua arte.
Termino tal como o Pac. "Que se lixe, afinal de que vale a cultura?"

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Inércia Mental

Há uma certa aptidão de algumas pessoas para criticarem o que está errado, sem tentarem encontrar elas próprias uma solução para a questão. Para essas pessoas a crítica é, normalmente, apoiada em poucos argumentos e mais em questões óbvias, porque simplesmente como não são capazes de dar uma alternativa, também não são capazes de criticarem com base em argumentos sólidos.
Mais do que criticar, as pessoas deixam-se adormecer e não procuram elogiar quando as boas coisas acontecem. A despreocupação geral sobre questões urgentes(a nossa cidade, a nossa política, a nossa educação, o nosso desporto, a nossa cultura) é grave. Além de diminuir a capacidade do ser humano, diminuí também a área que não é "cuidada".
Penso que, além de promover todas essas áreas, se deve promover o individuo para que este tente criar, inovar, inventar, não ficar parado, não querer apenas uma área, um objectivo.
Um dos males do Pais é, a meu ver, o pouco "acreditar" que as pessoas têm e a forma como esperam que sejam sempre os outros a resolverem questões que dizem respeito a todos.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Consciência/ COP 15 Copenhagen













O "Mundo" encontra-se reunido em Copenhaga para uma crucial conferência sobre as mudanças do clima.
Ignoremos esse facto ou não, o Mundo muda e evoluí, tal como as espécies que nele habitam. Deste modo, há uma clara e objectiva necessidade de preservar o meio ambiente, da forma mais racional possível. Como é óbvio, o ser humano funciona por facilitismos, e na maior parte das vezes essa necessidade de presevação ambiental não é cumprida. Seja em pequenas coisas ou em grandes, o ser humano tem a capacidade de interferir na natureza e no ambiente de forma única, como nenhum outro ser vivo consegue.
Concordo, pois claro, com o facto de alguma poluição ser "necessária". Não sou extremista em ideologias, tento ser racional à minha maneira, por isso compreendo o uso dos combustiveís e "etc" que contribuem para que o planeta adoeça. Porém, sou a favor de um programa educacional nas escolas em que o ambiente seja o tema principal, sendo que os alunos devem aprender formas de preservar esse mesmo ambiente.
Há situações que só se vão repercutir daqui a tantos anos que nem os nossos bisnetos serão vivos, mas essa é uma forma de acabarmos com a nossa continuidade, a do ser humano. Se um dos objectivos da vida humana é a reprodução, para garantir que deixamos um legado neste mundo, então é lógico que tenhamos que fazer um pouco mais do que garantir que colocamos mais seres humanos neste planeta.
Temos que começar a ter uma maior consciência das grandes e pequenas consequências.

Liberdade/Independência - Moon, de Duncan Jones












Moon
, do realizador Inglês Duncan Jones, que curiosamente não quis adoptar o nome do pai para não ter sucesso à sua custa(é filho de David Bowie), é um drama de ficção científica, muito centrado na parte dramática.
O filme gira em torno de apenas um personagem, Sam Bell, interpretado de forma intensa por Sam RockWell. Faltam duas semanas para o astronauta Sam Bell, que se encontra há quase três anos em solo lunar, completamente alheio a qualquer contacto directo com seres humanos, regressar ao planeta terra. Como única companhia, Sam tem um robô chamado Gerty(voz de Kevin Spacey). Além das saudades que este nutre pela mulher e filha, o personagem de Sam foca-se no facto de faltarem apenas duas semanas para regressar a sua casa. Contudo, um inesperado acidente vem modificar toda a sua perspectiva emocional, humana e futura da sua própria vida.
Moon coloca-nos num caixão bem enterrado no fundo da terra, enquanto ainda vivos sentimos o medo não só desse isolamento, mas de um possível confronto com o mundo lá fora. Este filme questiona até que ponto somos donos da nossa própria liberdade ao entrarmos numa determinada sociedade e seguirmos certas regras. Não as destrói, mas deixa-nos a pensar nessa situação. O facto de alguém ser capaz de destruir a nossa vida de forma tão fácil quanto as novas tecnologias permitem, é algo que nos deixa presos dentro de nós próprios, sufoca-nos sem termos hipótese de fugir desse sufoco.
E se descobrissemos que somos apenas um clone do nosso ser original, e que já se passaram muito mais anos desde que os que inicialmente pensávamos, sendo que será impossível retomar o ponto que deixámos? É isto que sucede no filme ao personagem Sam Bell, que nos deixa aterrorizados e nos faz pensar na vida.
É um filme competente, bem realizado, mas que poderia ter ido muito mais longe do ponto de vista argumentativo. O revés da situação inicial é o que, praticamente, nos prende ao ecrã, além da brilhante interpretação de Sam Rockwell, que através do seu personagem nos transmite todo o pavor e horror de podermos um dia perder toda a nossa independência e liberdade, em prol de uma sociedade que apenas quer enriquecer, seja de que forma for...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Coisas de Hoje e de Sempre

Já há uns tempos que reparo nisto. Dizem que o ser humano é um ser sociável. Até que ponto será mesmo?
Diariamente convivo com vários meios de transporte, sendo que alguns deles têm uma longa duração de viagem. Há algo que reparo imensas vezes e que me causa alguma estranheza. Num comboio com inúmeras pessoas, são raras, muito raras, tão raras, as que metem conversa com outras. Chegam por vezes a fazer viagens de 1 hora sem abrir a boca. Como é óbvio nem toda a gente tem a necessidade de expôr a sua vida ou dar-se ao trabalho de estar a dialogar com quem não conhece após um dia cheio de trabalho, mas porque é que isto é uma regra? Ninguém fala com quem não conhece excepto em ocasiões necessárias. Não somos todos seres humanos? Não é suposto funcionarmos numa sociedade, todos juntos? Então como é possível que alguém seja a pessoa mais estranha possível até que uma mera ocasião as junte?
É estranho, de facto, este nosso ser humano.

Outro dado que achei interessante do dia de hoje, é a notícia que li sobre o seleccionador françês, Raymond Domenech, ter cobrado 800 mil euros pela qualificação para o campeonato do mundo por parte do país dos gauleses. Ficar chocado com estes números não é uma manifestação muito inteligente, porque existem mais de 200, 300, jogadores a ganharem números astronómicos.
Não digo que não devam ganhar bastante, mas dentro de um grau de racionalidade, não será tudo isto demasiado?
Sem grandes aparatos, peguemos em 10% do ordenado dos 200 jogadores e dirigentes desportivos que mais ganham. O que é um corte salarial de 10% no ordenado deles? Claro que ninguém gosta de ter esse corte, mas em que é que se traduz realmente?
Com estes 10% não seriamos capazes de alimentar milhões de pessoas?
Será que estes jogadores e dirigentse se iriam mesmo opôr contra esta "revolução", ou será que acabar com vários problemas do mundo acabará por destapar o pano sobre quem quer continuar escondido?
Não me venham com tretas.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Influências


In my life i've met people who really reinvented the definition of being human.
They are ordinary people with an immense desire to create something on their own, gather information and take this information to improve themselves.

I've met a boy that had music inside his mind. He could invent the most beautiful and sentimental songs without wasting much time. Any genre, any style, any instrument. He could learn anything within a few days. I've always told him, "Boy, you should be locked in a room just inventing music".

I've met a girl that could draw reality like it was the most simple thing to do. She had the desire and imagination to draw things so perfectly and most importantly, she could make new things, new objects.

I've met a boy that threw back his ability to play an instrument and follow his dream like it was the most natural thing to do. I'm talking about someone who gave his entire life to music and then threw it away for the desire to discover more of our world, our universe.

I've met a boy that used to destroy everything around him, including himself, his own life. Then he changed. For many reasons. He found a path. And he started to take the right decisions.

I've met a girl that was very found of nature. She would give everything for the ambient. She had objectives and she followed them without looking sideways. She's a winner.

I've met a girl that at a certain age has lost almost everything. She continued to live and fought against it all. She's now on her way to make her life here to stay.

Each of them made me as i am. They're an influence for everything i do. They made me stronger, they made me dream about things i would never think.

Now i've met a girl that is making me happy. With her and all my influences i also want to influence someone positively.


ps: the boys in the picture are also an influence [Sigur Rós]

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

30 Seconds to Clyro



“Golden Rule” dos escoceses “Biffy Clyro”, é o 1º single do novo cd. Ao contrário do que seria de esperar numa música comercial, o refrão não é continuamente repetido. Ao início há uma explosão de loucura e energia , que se cruza, personificando a alma desta banda. Os últimos dois minutos são um exercicio primoroso de técnica, construção musical e marca própria. São explosivos, num ritmo progressivo, sem qualquer vocal, desafiando todas as regras do “comercial”. Com esta música, os Biffy Clyro desafiam os seus fãs e todos os ouvintes do rock, ao entregarem-lhes uma música complexa e cheia de sentimento, ao contrário da suposta repetição fácil do refrão.

A nova música dos “30 Seconds to Mars”, “Kings and Queens” pode ser entendida como um estalo na cara dos seus fãs anteriores, pois além de ter quase 6 minutos, não seguir um padrão lógico dentro do rock, com um ligeiro solo de bateria, uma voz cuidada e intensa, partes ritmadas e outras mais calmas, desafia tudo a que se propôs a banda no albúm anterior. É um prazer escutar o génio de Leto no expoente máximo, com liberdade para criar à sua vontade( e tão bem que o faz), baseando-se na sua voz cheia de garra e misturando-a com uma progressividade alternativa, criando assim um som inovador face ao habitual rock de mastigar e deitar fora. Uma evolução tremenda e de enorme qualidade.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Génios



Ambos são génios musicais. Ambos têm cabelo comprido. Ambos criaram música dentro de um estilo abusivamente saturado, o rock, e souberam transformá-la em algo novo, inovador e por vezes, assustador. Além de todos estes pontos em comum, Kurt Cobain e Steven Wilson partilham outro dado que, de certo modo, os une, o facto de não quererem o estrelato, de fazerem música para eles próprios e permanecerem fiéis ao que defendem, seja qual for o custo.
O sucesso comercial de Kurt Cobain é claramente superior ao de Steven Wilson, mas isso prende-se com o facto da sua música ser passível de uma maior e mais fácil absorção. Cobain pegou no rock pós-punk e reiventou-o, com letras depressivas e críticas. Steven Wilson retoma o barco deixado pelos Pink Floyd, Genesis e King Crimson, e ele próprio reinventa também o rock progressivo, deixando nele a sua marca tão pessoal.
Tanto Cobain como Wilson são completamente apaixonados pela sua música. Ambos críticam a sociedade capitalista e que apenas se preocupa em consumir, e tentam a todo o custo afastar-se dessas ideias. Cobain e Wilson sempre seguiram as suas ideologias, contudo, a forma como cada um decidiu enfrentar a sociedade de consumo comercial foi totalmente diferente.
Kurt Cobain encontrou no suicidio uma forma de escapar a todo o sucesso que obteve com os Nirvana, enquanto que Steven Wilson nunca deixou que os Porcupine Tree se tornassem num sucesso comercial, recusando vários convites e oportunidades de tocar em palcos maiores.
Desta forma, estes dois génios combateram contra o que mais repugnavam, mas de uma forma bem diferente. Enquanto que um decidiu preservar-se da forma mais pura possível e levar com ele o que tinha, arriscando-se a perder-se na sociedade, o outro apostou em fazer-se de surdo perante algumas instituições e permanecer fiél ao que sempre fora, um génio que apenas quer criar música sem passar para a esfera pública .
Dois génios com caminhos opostos, mas que nos deixam a pensar em algo de grande importâcia. Valerá a pena enfrentarmos uma socidade que cada vez mais se preocupa em comprar e vender, sem olhar à grande qualidade do produto, menosprezando assim o real talento, ou será que devemos a ela sucumbir e tornar-nos nós mesmos um produto comercial, nesse grande comércio que é a vida pública, onde as esferas privadas têm cada vez mais a sua porta aberta?

domingo, 15 de novembro de 2009

nature

We were the children of nature
That lesser god that created us
The angels are water and oxygen
Let's reunite and preserve them well


Since ages we've been worshiping the wrong God
It cannot be similar to a human, 'cause that's the most imperfect something can be
Even a stone or a stick is more perfect
Humans are the children of nature, as it is

God is something that doesn't blame us
That only harms us if we do Him wrong
It is something eternal, peaceful and pure
Nature is God, our God is Earth

Who feed us, who gives us air, who let us be free?
(Nature it is)
We're the children of nature, let it be
Oh God, save us from ourselves

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Echoes


1971 é uma data longinqua para a minha geração(1988). Uma data em que tudo é antigo, tudo é o inicio de algo que agora se faz. Contudo, nesse ano tão distante algo completamente inovador para o ano actual(2009) foi feito! Uma certa banda criou uma certa música, música essa que é uma obra prima da música contemporânea.

Falo da “Echoes”. Não há música mais avançada para a sua época. Posso falar do óbvio, que esta música além de ter uma progressividade inovadora, mistura sons considerados demasiado estranhos para a altura e várias partes numa só música, culminando num final assombroso e mágico. Mas o óbvio não merece grande destaque quando falamos de algo que transcende a própria realidade actual.

É sem dúvida uma música visionária, porque através dela conseguimos sentir(e quase ver) um mundo diferente do nosso, futurístico, mas ao mesmo tempo completamente surreal. Entramos numa nave, que não possuí forma, nem queremos que tenha, e percorremos um caminho parecido a uma viagem, mas que no fundo é muito mais que isso. No decurso da música percorremos mundos completamente diferentes, onde existem sensações mas não existem expressões. Mundos onde não há “comos” nem “porquês”. Há apenas o “sentir”. E que grande sentir é este. Creio que quando Carl Sagan referiu que havia uma grande possibilidade de haver vida extraterrestre não pensou na sua forma mais terrena. Penso que esta “Echoes” é uma prova de que os próprios Pink Floyd criaram algo não humano, algo que não quero denominar de sobrenatural, mas sim algo não comum à criação humana e desta forma algo extraterrestre. Esta afirmação pode ser demasiado irrisória, ou metafórica, mas é objectiva como pretendo que seja.

A viagem pela “Echoes” continua e sentimos o reflexo de todos esses novos mundos, sentimos que devemos ir ao encontro do que realmente procuramos, sem colocar grandes perguntas, apenas porque é o correcto a fazer, é aquilo que sentimos.

“Echoes” dos Pink Floyd, é assim uma viagem pelo desconhecido que se encontra dentro de nós próprios, transfigurando um mundo extraterrestre em algo do nosso próprio sentimento, incentivando ao sonho e a uma realidade que é impossivel conhecer-mos na totalidade, sejamos de 1971, de 2009, ou até mesmo de 3000.

Para sempre uma música do futuro!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Boa vontade

Havia um jardim. Nesse jardim havia um lago. Junto a esse lago havia um rapaz, uma cadeira, um homem e um barco a motor. O rapaz encontrava-se à beira do lago, sentado na cadeira. O homem estava sentado ao seu lado, mas no chão. O rapaz controlava euforicamente o barco com o seu comando, enquanto o homem fumava um cigarro e aplaudia os movimentos da pequena embarcação. O dia estava a acabar. O pai tinha trazido ali o seu filho, para que ele pudesse disfrutar da sensação de conduzir, controlar um pequeno barco a motor, naquele lago no meio do jardim.
Durante uma hora o rapaz controlou o barco e o homem riu e aplaudiu, enquanto fumava os seus cigarros.
No final o homem retirou o barco da agua, arrumou-o dentro de um saco e pegou no filho ao colo, com algum esforço e por último a cadeira onde o filho estava antes sentado.
Todos os dias o pai trazia o filho a este lago, no meio do jardim, para que ele pudesse pelo menos uma vez por dia ter a sensaçao de como é realmente andar.

sábado, 12 de setembro de 2009

Análise a um personagem - Roy Batty

Roy Batty é o personagem-vilão do grande filme de culto "Blade Runner". Mais que um personagem Roy é um modelo perfeito do ser humano em vários aspectos.
Roy tem um espirito infantil, um modo descontraído e curioso de viver as pequenas coisas da natureza, em contraste com uma personalidade forte e violenta, realçando a sua ambição e vontade de aprender mais.
Roy questiona a vida como ninguém questionou. Torna essa mesma questão a principal razão da sua existência. Essa busca torna-se a sua vida e também a sua morte.
Porque estamos aqui? Quem somos nós? Para onde vamos? Quanto tempo temos?
Roy debate-se com todas estas questões, alternando entre o seu espirito de jovem e de violento adulto.
Como Replicant,(réplica de um ser humano, feito à imagem do seu criador, assim tal como o próprio ser humano, feito à imagem de Deus) Roy possuí limitações. Tem um "prazo de validade" de 4 anos, tal como os seres humanos têm o seu próprio prazo de validade. Tem capacidades fisicas e mentais extraórdinarias e junta em si próprio uma criança e um adulto.
Para encontrar as respostas às questões anteriores, Roy encontra-se com o seu criador, tal e qual os seres humanos, que ambicionam um dia encontrar-se com o seu Deus.
Não encontrando resposta junto do criador, Roy decide matá-lo e aceitar a morte, desafiando-a sem o menor medo.
No fim do seu tempo, Roy define a vida como algo que passa, sendo que se deve viver ao máximo essa experiência e fazer coisas que ninguém tenha feito. Nesses últimos momentos Roy compreende que a morte acaba com tudo e que há questões que não têm resposta, nem mesmo junto do criador:
"I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die."
Roy Batty é assim um dos melhores personagens da história do cinema, juntando em si todas as demais questões que nós próprios ambicionamos conhecer as respostas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Falar bem

Fernanda Silva, directora do Festróia em entrevista ao jornal "O Setubalense" :
"Setúbal precisa de muitos mais espaços culturais porque depois quando falta um, falta tudo."

Assim se fala bem!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aprender algo

Os Animes não são apenas uma forma de entretenimento. Podem servir também para formar, tanto jovens como adultos.


Tokyo Magnitude 8.0 - Episódio 2 :

Mirai Onosawa - "Why are you so nice to us?"

Mari Kusanabe - "I'm not sure... Because i am a person, i guess?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Capacidades Humanas

Compreendi, já há algum tempo, que o mal do ser humano é a preguiça cerebral. Aquela preguiça que nos impede de processar mais do que três ou quatro impulsos eléctricos no nosso cérebro. Que nos torna objectos do tempo, tempo esse que nos desgasta mentalmente.
Os seres humanos têm capacidades extraórdinarias, que não necessito aqui de divulgar. Contudo, muitos escondem-se atrás de si mesmos, numa sociedade que nos quer( e sempre quis) conduzir.
De experiência pessoal, posso dizer que conheço vários seres humanos com capacidades creativas excepcionais, mas que simplesmente preferem navegar na corrente da vida, em vez de criar algo, para eles e para o mundo. Porque viver não é apenas preencher-mo-nos por necessidades ou prazeres, é também dar algo ao mundo e às gerações do futuro, dar algo ao ser humano. Se não fosse esse o propósito então porque morremos nós?
Temos que criar, desenvolver e ajudar, para deixar uma marca no mundo. Um amigo meu disse-me, recentemente, que era criminoso uma mulher não ter filhos por decisão própria, por "não ter tempo para o criar", que a igreja é um meio de controlo positivo do ser humano e que sem ela, a humanidade ter-se-ia perdido algures no tempo. Nunca tinha pensado profundamente sobre estas questões, mas concordei com ele.
O ser humano, é sem dúvida um ser fenomenal, capaz de criar vida e morte. Não seremos nós o nosso próprio Deus?

sábado, 27 de junho de 2009

Rei


Desde dia 25 de Junho que o Mundo está unido, naquilo que pode ser referido como a homenagem ao melhor artista do séc. XX.
Ingleses, Japoneses, Alemães, Chineses, Americanos, Iranianos, Croatas, Sérvios, Argentinos, Africanos, Australianos, etc.
Todos os países choram a morte DO artista, do verdadeiro rei, não apenas da pop, mas de imensos géneros culturais.
Olhando actualmente para as artes, principalmente em Portugal, vemos que não é a questão de maior interesse e que é mais incentivada.
Diz-se que não há uma solução para evitar as guerras entre seres humanos. Não ha forma de parar com o sofrimento humano, que é reproduzido por armas e outros meios.
Não será a arte a solução para a paz?
Michael Jackson é o rei da música, mas não será também o rei da paz?

sábado, 18 de abril de 2009

The Fountain

Abriu os olhos. Chovia intensamente lá fora. Quase que parecia que as gotas de água eram atraídas pelo carro. Com cada vez mais força, o tempo manifestava a sua vontade. Dentro do carro acontecia o mesmo, como em analogia com o tempo, dois seres da natureza beijavam-se calmamente. Cada toque era sentido com a maior força e sentimento possivel, como se fosse o último toque, a ultima sensação de segurança, sempre a última, mas sem fim.
Lá fora chovia mais, a natureza manifestava-se através da água, de um processo conhecido e explicado pelos biólogos, mas cuja essência é completamente desconhecida, tal como o que acontecia dentro do carro. O motivo para os corpos se moverem, se tocarem um no outro, para os beijos ocorrerem era facto conhecido, mas a essência dos seus actos era um puro mistério. O que eles sentiam ultrapassava o possivel de explicar ou exteriorizar. Ultrapassava a comum palavra do amor, ultrapassava todos os outros seres humanos e as suas expressões naturais.
Num local determinado, acontecia algo indiferente a toda a humanidade, mas que para eles tinha o maior sentimento do mundo. Estavam ali os dois e ali estava tudo, toda a natureza do ser humano, toda a força e amor. O tempo podia esquecer-se deles e deixá-los ali, não se importavam, pelo contrario, era o que queriam, enganar o tempo, esconderem-se e não serem descobertos por ele.
A natureza expressava-se através da chuva, os dois humanos através do seu amor. Eram dois amores unidos pela essência mais pura da natureza e do facto de advirem ambos do planeta.
Tal como a chuva é infinita e com vida eterna, o amor de ambos procurava uma analogia incontestável.
Não havia necessidade de procurar, essa analogia tinha-os encontrado a eles. Eram os dois os escolhidos, desafiavam leis e regras não sociais, mas humanas. Ultrapassavam tudo.
Finalmente o ser humano descobriu o verdadeiro sentido do elixir da vida. Não é o de prolongar a vida do ser humano até à infinidade, é o de amar até à infinidade e eles conseguiram.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

You are my universe

He woke up! She was by his side, like yesterday and like all other days.
It has passed so long since they first met. It was all the same, the feelings, emotions, their touch and smiles. Surrounding them there was absolutely nothing. A big, gigantic nothing was all that was left.
He kissed her. Once, twice, so many times that she woke up with a bright, big smile.
They had no bodies, they were not a physical part. They were two big souls that together create all other things. They were the universe.
He grabbed her hand and they just flew away from the nothing, creating worlds, dimensions as they liked. He created a garden world for her, just to see that smile again.
She kissed him, not in the mouth, but in the heart. It was the most beautiful thing that ever existed. Two souls, as one, gathering just like that in perfection!
The universe begun to rise again. Together they were so powerfull that everything started to exist again, only because of one kiss, one sincerely kiss.
Seconds later, the universe was created again, but this time it was so pure and perfect. Their love created life within the universe, just by loving each other truly.
The first planet reborn had their initials.
Their first creation was something unique, that no one ever forgot.
The MJ planet was the center of life, love and joy in all universe, and their love an infinite strength of freedom!

In, “The Story of the Universe”, by João Miguel Fernandes.
Dedicated to the one I love.

terça-feira, 31 de março de 2009

Sociedade Versus Genius.

Há pessoas que, por determinadas caracteristicas, são seres humanos superiores. Ou possuiem uma enorme sensibilidade humana, capaz de absorver todas as emoções no seu estado perfeito e traduzi-las para a vida comum, ou são génios em factos especificos da vida, como arte, cultura ou ciência.

Na minha vida tive(tenho) a felicidade de conhecer algumas pessoas assim. Sei que os génios do passado nao foram também totalmente apoiados, e mesmo assim permaneceram, talvez por isso sejam hoje, muitos anos depois, considerados génios. Porém, há uma total incapacidade da sociedade actual em absorver estes referidos génios, ou pessoas com capacidades diferentes.

A sociedade pára o desenvolvimento humano, estereotipa-o, não deixando que a evolução natural tome conta das pessoas.

Conheço quem tenha uma capacidade humana tão enorme, que sendo reconhecida de outra forma figuraria num topo elevado de ser humano, podendo ensinar muita coisa às pessoas, aos leigos. Conheço quem tenha uma capacidade artistica de um nivel elevadissimo, em várias artes.
Tudo isto é menosprezado pela sociedade.

A sociedade não gosta de quem não consegue controlar, e as emoções e tudo o que advenha da arte são incertas e instaveis, logo prejudiciais ao ser humano( do ponto de vista social). É por isso que o chamado ‘comercial’ é tão limitado. Será que é comercial aquilo que é mau porque as pessoas no geral têm mau gosto? Ou será que é por ser algo pouco nocivo para o controlo da sociedade?

Há formas de ver a realidade e há realidades que transformam essas formas(visões).
Está a acontecer uma morte da cultura e da arte face à pragmatização da geração de pessoas que nao possuíam a total liberdade(anteriores ao 25 de abril), em que tudo era baseado na repressão. Isto porque querem que os filhos sejam aquilo que eles não foram, que trabalhem e estudem, que sejam apenas mais um estereotipo da sociedade.

Vale a pena seguir um caminho sempre certo, sempre igual até ao final da vida, ou valerá mais arriscar em busca de um sonho e de uma realidade absolutamente apaixonante?

Face a tudo isto, o argumento de que quem tem boas notas é que é inteligente, só demonstra o quanto baixo a sociedade desceu, o quanto o estereotipo venceu o génio, e o quanto condenado está aquele que por razão natural é alguém com capacidade de inspirar milhões.

terça-feira, 10 de março de 2009

Igualdade

Há pouco tempo houve um debate no programa 'Prós e Contras' sobre a validade/aprovação do casamento civil homossexual.
A pergunta que coloco é, há mesmo necessidade de tal debate?
Vejamos:
-a homossexualidade existe, históricamente comprovada, desde praticamente o início da humanidade até à actualidade. Não é um 'fenómeno recente', nem inventado por alguém de livre vontade.
-a pessoa não escolhe a sua sexualidade, é algo interior ao próprio ser humano, que se desenvolve com ele, tanto a hetero como a homossexualidade.
-ser homossexual ou não, não coloca a pessoa num patamar superior, nem tem interferência para ser melhor ou pior pessoa.
-a homossexualidade é uma minoria face à heterossexualidade, é um facto objectivo, porém sendo uma minoria nunca pode ser 'pisada'. Não se discrimina alguém por ter olhos azuis, e existem menos pessoas com olhos azuis do que castanhos. Não se discrimina alguém por gostar apenas de música jazz. E porque gosta essa pessoa dessa música? Pode até não ter tido uma influência directa, ter sido algo da própria pessoa, construído por ela.
-não há, claro, diferenças em ser ou não homossexual excepto no facto de se gostar de seres do mesmo sexo, porém este dado não é objectivo para estragar um 'lar' ou não poder constituir familia. Porque raio não pode um casal homossexual adoptar uma criança? Estando esta entregue a um local de acolhimento com piores condições humanas e sociais?
Existe uma clara repressão da sociedade, que é cada vez mais ridicula a cada segundo que passa.
Numa sociedade com a mentalidade actual, onde continuam a reprimir as crianças com pais homossexuais, nunca pode existir evolução, quando não aceitam os próprios principios primários da igualdade.
A homossexualidade é tão natural quanto a heterossexualidade. Por ser uma minoria é discriminada e pisada, só porque choca demasiado a sociedade.
Direitos iguais? Sem dúvida.
Há coisas estranhas, e uma delas é a não aceitação equitativa da homossexualidade.
E não, não sou homossexual.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Setúbal

Tive hoje a oportunidade de 'escutar/participar' numa tertúlia sobre a cidade de Setúbal.
Discutiram-se as artes, história, pessoas, actualidades e passados distantes, o futuro, sonhos e realidades concretas.
Não sou partidário, mas claramente não me identifico com a direita pura, contudo nem com a esquerda genuína. Sou um misto racional de várias realidades, um canhoto não na fase total.
Setúbal é sem dúvida uma periferia, e como tal, Lisboa está muito distante a todos os níveis(e vai sempre estar). Podem dizer-me que Almada está a meia dúzia de metros da capital, e por isso está tão evoluída culturalmente, porém este é um erro apenas para os mais distraídos ou desconhecedores da realidade. Almada tem uma Câmara Municipal fantástica, que tem vindo a dinamizar ao máximo as potêncialidades da cidade ao longo dos últimos anos. Potêncialidades essas, diga-se, muito inferiores às de Setúbal.
Não é por ser setubalense, não estou a ser de modo algum tendencioso, contudo, Setúbal tem, sem a minima dúvida, uma das maiores matérias primas culturais do País! Tal como foi dito esta noite, parece que há algo nesta cidade que ilumina creativamente a população. Podemos não falar apenas a este nível, porque a nivel ambiental temos tanto mais, Arrábida, Troia e Estuário. Temos o peixe, os golfinhos, a música, o teatro, o cinema, a dança. A questão é que temos tanto para dar e nada para fazer dar! E é este o principal problema. Há matéria prima, há condições, há amor e paixão e sem dúvida alma(veja-se com o Vitória, por exemplo). Não há então o dito empurrão, a manivela para fazer tudo andar.
A Câmara é sem dúvida a responsável, não há como criticar quem daqui foge, fogem bem e com razão, Setúbal não deixa ser amada, destrói.
Em Lisboa, onde estudo, não há dia que não explicite o quanto Setúbal tem de belo, as gentes e as terras, refiro também que não existem apoios e é por isso que estamos no fundo.
Mudança? Não sei bem como, só com mudança de Câmara, para alguém dinâmico que faça tudo andar. Ponham a vista em Almada, que tem tanto menos e é agora tanto mais.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

and death shall have no dominion

'and death shall have no dominion'

primeiro funeral. de alguém muito próximo. não me custou tanto porque era algo esperado. custou-me mais ver o sofrimento dos próximos, das boas pessoas.
percebi que um funeral é o acontecimento onde toda a gente próxima, e não próxima do falecido se juntam. Se for uma festa de anos há muita gente que não pode ir, mas num funeral todos pode, ninguém trabalha.
Enquanto vivos continuamos a faltar à vida dos nossos, mas quando morrem estamos lá, para prestar a tal homenagem de que falam. Não sou a favor de homenagens póstumas. Acho que as homenagens se fazem enquanto as pessoas estão vivas, porque depois nada mais há, apenas memórias e essas não têm sentimentos, nem reagem.
Não tenho religião, e apesar de concordar com alguns valores da igreja católica, acho tudo o resto uma ficção descomunal. Não tenho por isso fé? Errado. Tenho-a, mas é em mim mesmo, uma força perante mim e as minhas pessoas, não por alguém que nunca conheci e da qual questiono imensa coisa.
Neste caso, neste momento, a morte foi a melhor solução. Ficam as memórias, as homenagens e os momentos. Foram bons e foram bem vividos, por isso considero-me satisfeito comigo mesmo.
Madrinhas e Padrinhos é algo que só se tem um de cada, mas a morte não encerra a 'função'.
Madrinha de agora e Madrinha de sempre.

'and death shall have no dominion'











quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Adeus à vida

Primeira 'Curta'. Primeira brincadeira com a câmera. Peço desculpa pela qualidade, mas a culpa é do usb e da minha preguiça por melhorá-la.





Última caminhada pela vida de um Rapaz, na qual as pessoas mais importantes da sua vida se vieram despedir, antes que este chegue ao Paraíso.

Poema:
E ser-se novo é ter-se o Paraíso,
É ter-se a estrada larga, ao sol, florida,
Aonde tudo é luz e graça e riso!

E os meus dezoito... (Sou tão novo!)
Dizem baixinho a rir: «Que linda a vida!...»

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os Melhores do Ano 2008


1- We Own The Night- James GrayMelhor filme de 2008. Fenomenal interpretação de Joaquin Phoenix, que uma vez mais este ano lida com a perda de alguém da sua familia(para o personagem). Mark Whalberg tem também uma grande interpretação, demonstrando que está ao nivel do que fez em "The Departed". História de prender do inicio ao fim, realização sufocante e magnifica, personagens humanamente desenvolvidos, banda sonora fascinante e um final glorioso, fazem deste ' We Own the Night' o merecido vencedor de 2008, traduzindo-se assim numa obra para ver e rever, seja qual for o estado de espirito.


2- There Will Be Blood- Paul Thomas AndersonNão há muito a dizer desta obra-prima, é sem dúvida isso mesmo, uma obra-prima, com uma banda sonora excepcionalmente arrepiante, uma realização medida e perfeita, relações humanas extraordinárias e uma interpretação que ultrapassa o ser humano(Daniel Day-Lewis).
'There Will be Blood' é dos melhores filmes dos últimos anos, e um exemplo de cinema no seu expoente máximo.


3- Reservation Road- Terry GeorgeA surpresa do ano, por não ser um favorito. Podemos começar a falar das interpretações. Joaquin Phoenix tem aqui uma das melhores interpretações dos últimos anos, um pai que perdeu um filho de forma trágica e quer repôr justiça pelas próprias mãos. Jennifer Connelly tem aqui um dos melhores papéis da sua carreira, em que através de uma mãe em puro desespero, consegue comandar a sua própria familia contra a dor e o sofrimento do marido.
Filme que explora o limite do horror que é perder um filho e saber que essa perda foi causada pela irresponsabilidade de outro ser humano, alguém que anda por aí. Obra-Prima!



4- Before The Devil Knows You're Dead- Sidney Lumet
Interpretação incrivel de Ethan Hawke, e não menos brilhante de Seymour Hoffman. Dois actores que enchem o ecrã deste argumento espetacular, que atravessa os limites da sanidade mental de uma familia já corrompida pelos vicios da sociedade.
Brilhante realização de Lumet e pericia argumentativa Kelly Masterson.



5-Redbelt- David Mamet
Filme simples, mas complexo na sua simplicidade. Une a força interior de um homem, que luta contra a maré de dificuldades humanas, com a capacidade de criar um argumento tão perfeito que torna cada segundo deste filme uma delicia tanto visual como emocional.
Uma história brilhante e uma enorme interpretação de Chiwetel Ejiofor!



6- Wall-E
Humanizar um robô não é tarefa fácil, principalmente fora do estereotipo de aproximação lógica com o ser humano. Humanizar uma máquina é mais do que transforma-la numa réplica humana, é ascender a um nível superior ao do ser humano. Criar uma relação de amor entre dois seres incapazes de amar é ainda mais superior à humanização. Tudo isso é criado em 'Wall-e', de forma perfeita.
Todas estas características tornam 'Wall-e' num dos melhores filmes de animação americanos dos últimos muitos anos. Afinal a América ainda respira boa animação!




7- The Happening- M. Night Shyamalan

M. Night Shyamalan é um mestre do terror a que estamos pouco habituados. Podemos dizer que ele refez o género, introduzindo-lhe aspectos mais humanos e crediveis. Neste filme temos desde cenas chocantes a provas de humanidade extremas, tudo combinado de forma sufocante e delirante. Está longe de ser o melhor filme de Shyamalan, mas é sem dúvida um bom filme e com uma grande banda sonora.



8- The Darjeeling Limited - Wes Anderson
Wes Anderson dá seguimento ao estilo que o popularizou, contudo de forma menos conseguida que o seu filme anterior. História interessante e boa relação entre as personagens principais, tudo ao estilo de Wes Anderson.


9- Burn After Reading - Ethan Coen & Joel Coen
Comédia ao estilo inconfundivel dos irmãos Cohen. Não é uma obra-prima de humor, mas é tem sem dúvida vários momentos de risadas enormes, tanto pelas cenas completamente absurdas, ou pela idiotice extrema de cada personagem, devido ao bom argumento e à excelente caracterização dos principais actores. Um filme bastante divertido.



10- John Rambo - Sylvester Stallone
De forma simples e concisa, posso dizer que este John Rambo está um bom filme de entretenimento e acção, com boas sequências, filmado de forma competente e bem ao estilo de um filme de acção que pretende o mais simples, entreter, com sucesso.
A relembrar os antigos filmes de acção onde a violência não era medida, e bem.
Stallone fez bem em regressar.