domingo, 19 de dezembro de 2010

Algumas considerações

Sporting - Sendo o mais directo possível: Os problemas do Sporting são puramente internos. Se o próprio presidente diz isto e aquilo e volta a dizer outras coisas contrárias ao que já tinha dito, ou de forma atenuante em momentos de aperto; se o director desportivo passa uma imagem autoritária equivalente a qualquer estado totalitário e aparece várias vezes com discursos diferentes do próprio presidente; se os jogadores não têm palavra forte, não tem um verdadeiro líder ou lideres, não têm uma estrutura bem montada e organizada como um grupo coeso, então pouco há a fazer para o treinador, seja ele Mourinho ou Paulo Sério.
Se o Sporting tem jogadores fracos? Tem alguns sim. Mas a verdade é que o Braga do ano passado não tinha um grupo de jogadores mais forte do que o Sporting, mas conseguiu criar um verdadeiro grupo e tinha uma estrutura interna fantástica, que lhe permitiu chegar a um mui nobre segundo lugar. Livrar o Sporting da crise não é mudar de treinador nem de jogadores. É mudar mais profundamente...

The Tree of Life - Ao ver o trailer de The Tree of Life, de Terrence Malick, apetece-me avançar imediatamente no tempo até à sua data de estreia(Maio - nos EUA). É um trailer cegamente incrível, de vários pontos de vista. Visualmente é belo, com planos perfeitos daquele que é um mestre a filmar. A narração voz-off é uma poesia imensa, dotada de analogias e metáforas complexas, interligadas às tematicas da vida/morte e da criação do universo. Se no planeta terra existe a perfeição, então Malick é dos que está mais próximo de a alcançar.
Se a qualidade do filme for a que se espera, então estamos perante a maior obra do cinema desde... desde... desde há muitos muitos anos!

Wikileaks - Realidade ou Ficção? Julgo que esta é a questão mais pertinente a fazer-se. Esta fuga de informação quase parece um sonho (ou pesadelo) a acontecer na vida real. Informação desta importância exposta desta forma é quase como achar a formula quimica para fazer ouro através de água.
O mundo pode mudar graças a "isto". De que forma ainda não sei. Se é positivo ou negativo? Pode ser muito positivo, mas pode ser muito negativo...

Formas de ser - Há várias coisas que me chateiam. Uma delas é a injustiça. A outra é a convenção de que por ter chegado a tal sitio, ou ter feito tal coisa, tenho que ser convencido. A humildade continua a brilhar e continua a ser das coisas mais bonitas que se vê por aí.

Génios - Conheço alguns, mas não o são. Parece que estou a falar de nada, mas vou passar a explicar: Conheço quem tenha capacidades fora do comum, fantásticas, incríveis, seja a nível criativo ou puramente cientifico e objectivo. Mas muitas dessas pessoas que conheço assim, não conseguem concretizar nada. Ou porque há um mal imenso que se chama preguiça. Ou porque a força de vontade por vezes roça o nulo. O mal é da sociedade...ai a sociedade..

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fugir aos problemas + Revoltas sociais

Comecei cedo a questionar-me sobre o que poderia fazer para alterar qualquer coisa na sociedade. Na referida altura não tinha "armas" para tal e então nada fiz. Depois agarrei-me às pessoas e tentei dar-lhes o que precisavam, alguém para as ouvir. Desenvolvi várias amizades, com algumas pessoas demasiado diferentes de mim. Com toda esta envolvência cresci e aprendi a aceitar certos pontos de vista. Alterei também a minha forma de pensar. Como sou um ser humano errei várias vezes e muitas vezes continuei tentar movimentar as coisas e pessoas à minha volta, conforme me sentia mais confortável. Mas não me preocupei com uma coisa que é essencial: saber falar dos meus problemas.
Os meus amigos conhecem-me bem, mas ao mesmo tempo não conhecem muitos dos meus problemas ou formas como realmente penso. A culpa não é deles, muitos tentaram mas eu sempre fugi. Este é um dos meus problemas, fugir aos meus problemas.
Habituei-me a ouvir os problemas dos outros e de certa forma a aprender com eles. Creio que aprendi muito, mas ainda me falta aprender muito mais.

Outro assunto a debater é o dos futuros pós-apocalipticos, ou seja, daquelas representações filmicas ou literárias de mundos devastados pela guerra e revolta humana. Manifestações sempre aconteceram, talvez mais do que as que estão a acontecer agora. Porém, por vezes questiono a capacidade de certas pessoas de "prever" o futuro.
Há uma obra fascinante que penso que deverá ser vista por todas as pessoas que se queiram informar mais do mundo. Para aqueles que não gostam de animação japonesa, vale a pena esquecer um pouco esse preconceito. Não se foquem também nas questões ficcionais do filme em questão, mas sim nas sociais, e terão à vossa frente uma visão incrivel do futuro, de forma dura.
Falo de Akira, a obra de Katsuhiro Otomo.
No link abaixo podem dar uma vista de olhos na obra e se ficarem com curiosidade vejam o filme na totalidade.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Alma Portuguesa






Portugal sempre teve um destino cruel. Fosse nas cruzadas, na colonização, em viagens pioneiras ou até mesmo no futebol. A bem ou a mal o povo Português habitou-se a quase "chegar lá", mas a nunca ter realmente algo, nem chegar realmente a um objectivo grandioso.
É verdade que historicamente Portugal foi um dos Impérios mais importantes, tanto a nível marítimo como visionário a nível intelectual. Se é verdade que andámos pelas Índias, Japão, Américas, cabos disto e daquilo, também é verdade que "inventámos" a via verde, a Passarola (não confundir com...esqueçam), fizémos a primeira travessia do Atlântico Sul, entre outras coisas fantásticas.
Tivemos territórios vastos em África, América, Ásia, e um Império imenso. A verdade é que nunca fomos capazes de triunfar e finalizar realmente essas conquistas, e o que hoje temos delas nada mais é do que uma troca amistosa e algo forçada de culturas já um pouco díspares da nossa.
A mentalidade geral dos Portugueses é pessimista, nunca conseguimos fazer isto ou aquilo, mas historicamente fomos um povo de descobertas. Porém, faltou-nos sempre a finalização.
Hoje, dia 17 de Novembro de 2010, não nos faltou finalização nenhuma, e isso deve-se a um treinador com uma metodologia pouco portuguesa, que tenta inverter a ideia de "ah, fazemos só assim e chega". Hoje, numa das únicas vezes na nossa história, conseguimos realmente finalizar. Mas mais uma vez, não vale de muito, a não ser para abanar um pouco o animo dos portugueses sempre infelizes e pessimistas.
Basta ter uma noção básica para saber que Portugal sempre teve bons jogadores de futebol, mas em nenhuma geração conseguiu realmente ser a melhor equipa. Pela primeira vez, eu como Português e apoiante a fundo da selecção Francesa, vejo algum futuro para a selecção nacional.
E quem conseguiu construir este futuro não foi Cristiano Ronaldo, o melhor do Mundo, nem todas as outras estrelas que Portugal sempre teve (exemplos de Figo, Rui Costa e João Pinto, jogadores fantásticos), mas sim um treinador humilde mas ambicioso, controlado mas que gosta de arriscar.
Paulo Bento é hoje em dia um sinal claro de um bom futuro para o povo Português, o de pararmos de ser pessimistas e enfrentarmos realmente a realidade, com boa disposição, trabalho árduo e dedicação. Tudo isto metaforicamente, claro...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Bons e Maus profissionais


Ser ou não um bom profissional depende do quanto nos esforçamos para alcançar os nossos objectivos, do quanto tentamos ultrapassa-los e alcançar novos objectivos, criar outros e por vezes inventar. Depende do quanto insistimos em algo, do quanto pesquisamos sobre algo, do quanto estamos dispostos a dar a esse projecto, de forma a que consiga evoluir e progredir.
Isto não é novidade.
Por vezes o trabalho que fazemos nao é notado pelos outros, pelo menos da mesma forma. Não posso pois criticar objectivamente o trabalho de alguém que não sei em qu moldes é que realmente trabalha, mas posso dar a minha opinião, que entendo como não objectiva.
Desta forma, posso chegar ao objectivo deste texto: Competência de Paulo Sérgio (treinador do Sporting) e de André Villas Boas (treinador do Porto).
Ambos são jovens, ambos dão a cara pelo clube e mostram ambições elevadas. Os clubes têm culturas muito diferentes e também por isso o modo de evolução de cada treinador e do seu trabalho é diferente.
Porém, é em situações de alerta, urgência, ou surpresa, que vemos a verdadeira qualidade de um bom profissional.
Numa situação futebolistica, um bom profissional (falando de um jogador), é alguém que consegue competentemente fazer qualquer posição em campo, que consegue coordenar uma equipa e aumentar o esforço fisico se necessário. O mau profissional é o que se limita a fazer o que lhe é pedido, o que só sabe funcionar de uma forma, e o que não é capaz de fazer pela equipa em vez de fazer por ele mesmo. Dentro deste segmento temos o exemplo de vários jogadores com qualidades técnicas inferiores a outros, mas que pelo seu esforço e dedicação conseguiram alcançar muito.
Voltando novamente ao tema dos treinadores, o Sporting - Vitória de Guimarães e o FC Porto - Benfica, foram retratos fiéis de um bom e um mau profissional.
Do lado do mau profissional temos alguém que não sabe claramente motivar um conjunto (falo de Paulo Sérgio), que não consegue criar coesão, muito menos em situações de urgência. É inacreditavel que uma equipa como o Sporting, numa situação de 10 jogadores para 11, não consiga gerir o jogo em menos de 20 min de forma a que não sofra 3 golos. Qualquer plantel deve ser treinado constantemente para essa eventualidade, porque é uma possibilidade imensa para qualquer equipa a de ficar com menos um jogador em campo. É necessário um trabalho extra, nos treinos, para remediar essas situações, criando novas tácticas e definindo novas posições, de forma a que o conjunto funcione pelo menos minimamente. Culpar o Maniche pela derrota contra o Guimarães é ser cego e não olhar para o verdadeiro problema: a gestão da equipa e do colectivo.
Por outro lado, o Porto consegue ter uma capacidade de gestão imensa, adaptada ao seu novo treinador, Villas Boas. Este jovem mostra já uma visão muito mais táctica e de um grande conhecimento posicional, capaz de prever situações e lances, e antecipar-se a certas situações.
Os jogadores são certamente diferentes, mas Villas Boas tem um trabalho primoroso nos treinos, cuidando de todas as situações possíveis como Mourinho faz. E os resultados estão aí.
Derrotar o Benfica por 5-0 não é um resultado ao acaso, também não é por completo mérito dos jogadores. É porque existe alguém forte a comandar a equipa e que sabe como e quando agir.
É esta a diferença entre um bom e um mau profissional.

domingo, 7 de novembro de 2010

Dias tristes em Alvalade


Ser Sportinguista nos últimos anos é ter alegrias com as derrotas do Benfica e do Porto, e não com as vitórias do meu clube. Sim, sou Sportinguista. Sei que actualmente é cruel, mas é um amor que já não me foge.
Nunca fui do tempo de um "grande" sporting. Fui sim do tempo de um Sporting correcto, de um clube com uma imagem limpa. Infelizmente, actualmente envergonho-me da imagem do meu clube, não pelos resultados, porque esses são naturais dada a má gestão do clube, mas sim pelos seus dirigentes, treinadores e alguns jogadores.
Sinto-me um pouco vilão ao criticar o meu próprio clube, mas prefiro descer um pouco abaixo para nos erguermos novamente em força, do que continuar a peneirar pela tristeza do jogo do Sporting, semana após semana.
O meu presidente é a clara fraca imagem de comando de um clube completamente perdido, ao qual nem o patrão Costinha, que em tempos foi um bom jogador, consegue erguer. Aliás, Costinha tem sido um dos problemas do meu clube. O Sporting é um clube naturalmente "fino", que sem ser de elite segue certos padrões (talvez por isso não vença). Ver alguém a tentar incutir um espirito cegasmente portista e autoritario no meu Sporting é como introduzirem o comunismo no país. Está errado.
Perdidas as imagens de marca do clube ( Paulo Bento, João Moutinho, Miguel Veloso, Pedro Barbosa e Sá Pinto), resta agora penar com outras imagens que nada têm a ver com a cultura sportinguista ( Bettencourt, Costinha, Maniche, etc).
Enquanto não houver limpeza, continuam os dias tristes em Alvalade. É uma pena...

domingo, 31 de outubro de 2010

Questões de morte

Um dos maiores problemas das sociedades actuais, nomeadamente da Europa, é o da morte. Falo a nível anímico de quem perde alguém. A nossa sociedade está construída de uma forma em que nada há para além da morte, e como tal, quando alguém morre, é o seu fim e nunca mais voltaremos a ter contacto com essa pessoa. A morte de um ponto de vista fatalista, torna-nos vulneráveis e seres humanos tristes, que vivem com medo dela e com medo que ela nos leve alguém querido. É certo que todos temos que morrer, esta é uma realidade objectiva para tudo o que vive. Portanto, desta forma, viver este sentimento como algo fatalista é estar a condenar a própria vida, e como algúem já disse, ter medo da morte é ter medo de viver.
A solução? Não existe uma solução exacta, mas creio que poderiamos culturalmente atenuar esta visão e ver a morte como um momento de passagem para algo, momento esse obrigatório.
Nalgumas culturas celebra-se a morte. Noutras entende-se como algo natural. Na nossa sofremos até mais não, por vezes entramos em depressão e noutras alturas cometemos suicidio.
A morte é inevitavel. Devemos sempre ficar tristes por perder alguém. Mas nao podemos deixar que essa tristeza conduza a nossa vida até ao fim da nossa própria vida.
E sim, já perdi duas pessoas muito próximas.





sexta-feira, 30 de julho de 2010

Coisas de Julho

Julho tinha que ter ao menos um post. Tenho algumas ideias para escrevinhar aqui, mas não tenho tido muito tempo nem paciência. Os outros projectos esgotam-me e acabo por me esquecer de mim.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Alemanha - Futebol


Há um dado muito curioso.
Sou da opinião de que a Alemanha tem sido a selecção Europeia mais forte dos últimos 10 anos.
Em 2000 e 2004 temos maus exemplos para esta minha teoria, mas vejamos noutros anos.
Em 2002 a Alemanha chegou à final do Campeonato do Mundo, tendo sido das melhores equipas a praticar futebol. Em 2006 chegou a um glorioso terceiro lugar e foi, para mim, a melhor equipa do Mundial. Em 2008 chegou novamente a uma final, mas não foi capaz de ganha-la.
Agora, em 2010, acabou de derrotar a INglaterra com um 4-1 demolidor.
É claro que houve outras selecções muito fortes, como a Portuguesa(meias finais do Euro2000; Final do Euro 2004; 4º lugar em 2006) e também a Francesa( Campeões do Euro 2000; 2º Lugar em 2006), mas não creio que nenhuma se possa equiparar à qualidade futebolística que a Alemanha apresenta desde 2002.
Talvez seja 2010 o ano dessa comprovação.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Jérémy Toulalan


A França já foi eliminada deste campeonato do Mundo. Nem vale a pena falar das circunstâncias e da sua prestação. Contudo, há um jogador francês em que o mundo deverá depositar o olhar.
Chama-se Jérémy Toulalan, e é na minha opinião o melhor jogador francês da actualidade.
A sua qualidade de passe é magnifica. Aliado a isto ,temos um jogador com uma incrível capacidade de resistência, que percorre o campo defensivo e atacante, como se dois jogadores se tratasse.
Toulalan possuí várias características em comum com um dos melhores jogadores franceses de sempre, Didier Deschamps. À primeira vista, a primeira característica é óbvia, o cabelo branco. Apesar de ainda jovem, Toulalan tem já um imenso cabelo branco, tal como Deschamps tinha com a sua idade. A segunda característica é a posição em campo: Médio Defensivo/Médio Centro, tal como Deschamps. A última característica é a qualidade de jogo. Ambos são jogadores que corriam imenso, trabalhavam para a equipa, tanto a fazerem cortes, como a devolverem a bola aos jogadores mais de ataque. A diferença é que Deschamps tinha Zidane, e Toulalan tem ninguém.
Se algum treinador de um grande clube me estiver a ler, contrate de imediato este jogador. É um líder nato, com grande qualidade táctica e física, com extrema inteligência e que será o capitão de equipa ideal em qualquer equipa. Basta tê-lo acompanhado no inicio de carreira para se perceber de imediato isso.
Um enorme jogador este Toulalan!


A derrota

Nunca ganhei nada, nunca tive espírito de vencedor.
Sempre fui muito envergonhado até aos 15 anos. Derivado disso sempre passei ao lado de muita coisa.
Sempre tive muitas ideias, mas nunca fui capaz de concretizar a maior parte delas. Do que fiz bem, nunca conclui.
Não me sinto um vencedor, hoje não.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Finalmente!

Finalmente existe a liberdade "certa". Finalmente é permitido aos homossexuais casarem, ou seja, pessoas do mesmo sexo consumirem matrimónio. Vamos então pensar no prejuízo que isso nos trás...humm..NENHUM!
Qual é a relevância social de um homem casar com outro homem, ou uma mulher com uma mulher? Vão me dizer que o casamento predefine o objectivo de formar família. Então os homossexuais não podem casar porque um não tem uma vagina? Este assunto remete-nos para a longa discussão da adopção por parte destes casais, mas nem vou entrar por aí.
Finalmente dois seres podem ter uma liberdade de escolha igual, que não vai afectar absolutamente ninguém, excepto quem tem preconceitos.
Podem usar o argumento de que com a aprovação desta lei os casos homossexuais vão se generalizar, mas penso que será dos argumentos mais fracos para usar. Vamos então ver, desde quando é que na história da humanidade não existe homossexualidade? Vão então contra-argumentar com o facto de também ter sempre existido pedofilia? Pois, mas na homossexualidade, objectivamente no casamento, estamos a falar de seres adultos. Não vou entrar por leis. Se na lei de um país disser que se pode matar toda a gente isso não quer dizer que esteja correcto.
Entretanto, se me vierem com o argumento de questões políticas, aí mando-vos à merda.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo, é apenas um passo para uma maior, e correcta liberdade, que em nada afecta dos demais. Eu, como heterossexual, não me vejo implicado em nada com esta decisão, o casamento para mim continua a ter o mesmo valor, e pelo menos sei que algumas pessoas, cuja decisão sexual não foi propositada, podem ser felizes, de uma maneira que não prejudica ninguém.
Finalmente!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Contacto Humano


Um dos maiores prazeres da vida é contacto humano directo. É fantástico absorver todo o detalhe da interacção entre vários seres humanos. O simples olhar para a esquerda, o riso natural, as palavras sábias ou idiotas, são tudo gestos humanos, que nos aproximam da razão pela qual estamos neste mundo.
Não acredito em religiões e talvez acredite numa força superior, que nada tem a ver com a figuração de um Deus. Acredito sim numa possível ligação entre todos os seres vivos e sou a favor da interacção máxima entre seres humanos.
Ao longo da minha vida tive o prazer de conhecer imensas pessoas, umas mais fantásticas e incríveis que outras. Algumas com histórias impossíveis, outras com historias que tanto queríamos ter tido, e até mesmo outras com historias terríveis.
Tive o prazer de entrevistar os dois membros da banda Cinemuerte, que me marcaram definitivamente, decorria o ano de 2008. Falo de Sophia Vieira e de João Vaz, dois nomes pouco conhecidos da generalidade das pessoas, mas que naquela hora me deram mais do que certas pessoas em vários meses. O poder de conhecer alguém e sermos captados de imediato pela sua simplicidade, objectivos sonhadores mas possíveis ( pelo menos fazem-nos acreditar que sim), torna-nos muito mais fortes do que somos. Experiências como esta aumentam-nos a capacidade de sonhar e concretizar os nossos sonhos.
Hoje tive o prazer de entrevistar mais uma pessoa que me deixou marcas, marcas humanas e artísticas, de forma sincera, sem qualquer falsidade anexada.
Há um principio básico que todo o ser humano deveria seguir, o de que cada um de nós tem bastante a dar ao outro, basta que tenhamos presente que podemos aprender com os outros e dar o que temos dentro de nós, não há necessidade de reagir com agressividade ou criar inimigos sem qualquer propósito.
É esta a minha "religião", é esta a minha "fé".


sábado, 8 de maio de 2010

Mother

Oh Mother can you feel me?
Mother can you see me?
You, who gave me everything.
You, who took care of me.
Can you recognize me now?

Hey Mother, do you believe in my streanght?
You, who gave me all.
You, that made me stronger.
How can i show you my love now?

Now i can't call you at night.
Now i can't ask you to feed me.
Now i can't spend my whole time with you.
Now i can't show you everything.

Mother do you love me more?
I can't let time take you away..
What can i do?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Esclarecimento

Vou iniciar outro blog com um grupo de pessoas lindas e simpáticas.
Este novo blog vai contar com todos os textos relacionados com arte e cultura que me apeteça escrever.
Desta forma, o "Learn to Fly" vai ter daqui em diante apenas textos pessoais, observações, opiniões. Passa assim a ser um pouco do meu cérebro.
Acompanhem o novo blog, que dá pelo nome de "Arte-Factos", onde eu e mais 8 pessoas colocaremos textos de opinião critica sobre música, cinema, literatura, etc... Tudo o que esteja relacionado com arte e cultura.
Entretanto há o Cultura Activa, que continuará com as entrevistas.

domingo, 25 de abril de 2010

Ídolos e desilusões

Há certas figuras que criam em nós uma grande admiração. Seja porque cantam bem, representam bem, vestem-se bem, movem-se bem, ou são boas pessoas.
Por igual raciocínio funciona a visão que temos sobre um possível ídolo, alguém que admiramos por certa qualidade.
O que é facto é que se idolatrarmos, ou apenas admirarmos, alguma pessoa sem que a conheçamos realmente, o mais certo é que venha a perder toda a sua magia.
Por isso questiono-me se vale realmente a pena conhecer pessoas que admiramos, mas que nunca conhecemos. Não questiono isto para todas as pessoas, como é obvio, mas para algumas, muitas.

domingo, 18 de abril de 2010

Remember Me


O filme "Remember Me" de Allen Coulter não é um romance. Existe romance, mas não é o centro do filme. Ao contrário do que seria de esperar num filme deste género, a história avança intensificando os personagens e as suas relações, em vez do habitual carrossel de personagens vazias, que costumam acompanhar a história como se isso fosse assim tão natural.
"Remember Me" é um drama familiar, que incide sobre todos os dramas familiares a que estamos habituados, mas tudo de forma genuína, sem ser necessário recorrer ao amor do tipo príncipe - princesa, ou a perdas trágicas e actos heróicos. Neste filme, somos presenteados com a naturalidade da vida, as suas consequências, os seus actos de natureza humana e natural. Há miséria, há amor, há paixão, há ódio, há solidão, há desespero, há revolta. O personagem de Robert Pattinson é tudo isto. Um ser humano destruído que consegue voltar a criar uma motivação pessoal para viver.
A relações explicitas no filme são bastante reais, bastante crediveis de se estarem a passar na casa ao lado da nossa. O personagem de Pattinson é o mais profundo do filme. A sua relação com a irmã espelha uma realidade comum, tendo em conta a tragédia que se passou na sua família. A relação com o pai é tempestuosa e similar à de milhões de pessoas, sendo que Pierce Brosnan absorve toda a intensidade de um pai distante da sua família, mas com um grande amor por esta.
A relação amorosa do filme é a mais fraca, talvez por tentar ser o núcleo do filme, mas nunca conseguir. Cada personagem tem um passado próprio, envolto em tristeza e desilusão. Cada personagem desenvolve-se naturalmente ao longo do filme, sem ser necessário haver uma mudança brusca de narrativa. Contudo, a relação amorosa falha, sendo o único ponto fraco a apontar.
"Remember Me" não é um filme de amor, é um filme que gira em torno de situações humanas, situações essas que acontecem na vida real tal e qual como estão ilustradas na tela, sem "magia", sem hérois, sem histórias da carochinha.
É bom surpreender-me num filme deste género. Uma bonita forma de nos lembrarmos dos nossos irmãos, pais, amigos e namorados, sem o habitual sentido cliché, sem o esforço sentimental, sem o estereótipo disfuncional da realidade.

Coisas que me fazem impressão

Lista de algumas coisas que me têm feito impressão:
- A Igreja dizer que a homosexualidade está ligada à pedófilia. Hum, não será mais a Igreja a estar ligada à pedófilia?..

- O Benfica estar a ganhar demasiados jogos. Já chateia, parem lá um bocadinho!

- A Assembleia da República estar a tornar-se agora um circo, em vez de um Zoo. Refiro-me à "guerra" Sócrates - Louçã.

- O facto de um funeral ser a nossa maior "festa". É sem dúvida o dia em que temos mais pessoas de que gostamos junto de nós. É pena é aí já não valer de nada, mas enfim...

- Continuar a "deixar andar", quando devia agir.

- Não ser capaz de me multiplicar em mil e iniciar dois mil novos projectos.

E acho que por agora é tudo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A política, os partidos e as Pessoas


Não faço parte de nenhum partido. Não considero que exista algum capaz de conciliar as minhas ideologias. Porque sou humano, tenho ideias que tanto podem ser consideradas de "esquerda", como de "direita". Um partido é apenas uma definição algo abstracta(que tenta ser objectiva), que pretende unir pessoas com a mesma matriz de pensamento, ou os mesmos ideais e objectivos.
Como tal, é fácil dizer que o partido X pensa da seguinte forma, logo os seus afiliados pensam também dessa forma, ou parecida. Contudo, considero ridículo definir o ser humano por formas tão pequenas e estereotipadas de pensamento, que não permitem uma mudança de opinião ou um confronto directo com outras situações.
Na assembleia da república(tudo escrito em minúsculas com o propósito de não lhe dar importância), passa-se algo que as crianças das escolas primárias ainda não descobriram. No jardim zoológico podem ver macacos a saltar de ramo em ramo, leões a beber água, elefantes a descascar amendoins, e outros animais variados a dormir e a saltar(é necessário informar que o preço do bilhete para o jardim zoológico ronda os 18 euros!!!). Na referida assembleia, que é a nossa assembleia portuguesa, o local onde se debatem os problemas do povo, existe um zoo muito mais engraçado! Além da entrada ser grátis, neste local podemos ver durante horas a fios, seres humanos de fato e gravata a insultarem-se mutuamente, soltando latidos e grunhidos imperceptíveis até aos animais! Em vez de se debater o que interessa, em vez de tentarem ,conjuntamente ou singularmente, arranjarem soluções para os problemas existentes, os senhores e senhoras passam o tempo a agredirem-se, apenas pelo prazer do acto, pelo prazer de destruir o outro, com sede de poder, ou com sede de outra coisa. Há excepções, como é claro, mas isso há para tudo e em todo o lado, até nas prisões.

Não sou de ligar a partidos, nem muito à politica, porque ela em vez de tentar regular a nossa sociedade, como é a sua função, limita-se a fazê-la saltitar. Por não ligar a partidos, perco também algumas oportunidades de conhecer pessoas interessantes, que também as há ligadas à politica. Porém, apesar de no sentido estereotipado dos partidos, as minhas ideologias se colocarem um pouco mais à "esquerda", embora não muito, há algo no PSD que tem captado a minha atenção. Já sabemos como são os políticos, mas há aí um que me parece no mínimo audaz. Claro que vem num momento em que não tem nada a perder, só é capaz de ganhar, mas há algo nele que me parece superior aos demais. Resta esperar para ver, mas seria no mínimo curioso que apenas um homem me fizesse ligar à politica. Veremos...
Actualmente não interessam muito os partidos, interessa mais quem está à frente deles.

A natureza é bela


Caíam como se nada pesassem, como se não fossem deste mundo. Eram inúmeras, impossíveis de contar. Sentiam-se como toques suaves de algum deus superior. Era uma sensação diferente de algo terreno, era algo pseudo-divino, com uma certa influência natural. Conforme iam caindo sobre o corpo, tornavam-se maiores e diferentes na sua forma. Tornavam-se mais naturais, tão sem graça, perdendo a cor, aquela cor que possuem enquanto caiem, a cor que é impossível de definir.
Ao longe, uma folha verde sentia cada um destes toques. Em si pareciam pequenos feitiços, apenas com o propósito de serem belos. No corpo humano não são nada mais do que o espelho da solidão, cada uma delas ilustrando a sua própria solidão, o seu desespero. Na folha verde eram esbeltas e suaves, como se ali pertencessem, como se dali tivessem nascido. De tão belas que eram, demoravam mais tempo a escorregar na folha verde, a tal que lhes dava brilho, que lhes dava sentido.
As gotas caíam como se nada pesassem, como se não fossem deste mundo. No ser humano aparentavam não lhe pertencer, como se este não fosse parte da natureza. Na folha verde, sentiam-se acarinhadas e desejadas, porque a natureza ama sem ser preciso expressar-se.
E ali estavam, tão belas, as gotas e a folha verde.

terça-feira, 23 de março de 2010

Chaos Led to Quiet




Na passada sexta feira, dia 19 de Março de 2010, tive o privilégio de assistir a um grande concerto no ADN, em Setúbal.
A banda em questão, os Chaos Led to Quiet, é composta por apenas 3 integrantes, mas chegam para nos transportar para um ciclo vivo de emoções.
O post-rock é um género musical que me atinge pessoalmente. A par do rock progressivo, o post rock consegue criar na minha mente novos mundos, novas sensações.
Imaginem-se mergulhados num universo criativo, onde a cada segundo os nossos ouvidos são atingidos com com as notas musicais que queríamos exactamente ouvir.
Os Chaos Led to Quiet, banda de Setúbal, são capazes de nos criar esse novo mundo.
Na sexta feira consegui entrar na sua esfera musical e ficar preso a ela até aos últimos segundos do concerto. Existe uma símbiose perfeita entre cada membro, interligando-se musicalmente de forma perfeita. O som esse é progressivo, capaz de nos fazer abanar a cabeça ou fechar os olhos e imaginar nada mais do que a música.
A música traduz-se num estado de espirito emocional, que tanto nos pode agradar como desagradar. O som dos Chaos agrada-me sem dúvida nenhuma, e não fica nada atrás de uns Caspian ou uns Russian Circles.
Há qualidade em Portugal. Há qualidade em Setúbal.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Música em Setúbal

Atenção a Setúbal!
Os tempos mudam e os estilos musicais também. Há uns anos atrás, Setúbal ofereceu a Portugal uma vaga importante na área musical, acompanhada pelo resto do país. Dessa vaga ficaram nomes como More Than a Thousand, Ella Palmer, Hills Have Eyes, One Hundred Steps, Banshee and something else i can't remember, etc. Por todo o país, e fora dele, estas bandas foram aclamadas e apaixonaram os amantes do género hardcore e ska(referindo-me apenas a banshee), criando verdadeiros núcleos do underground. Underground esse que conseguiu catapultar os More than a Thousand para concertos em festivais "comerciais".
Muitos anos após esse início, as bandas continuam no activo e em boa forma, com albuns e concertos por todo o país. Contudo, a esta vaga juntou-se uma nova, que difere um pouco no género musical, demonstrando que acompanham os tempos e as mudanças lógicas.
Moe's Implosion, Porn Sheep Hospital, The Doups, Mothership, Blame the Skies, BlackOut Noize, Lobo, Grooveland, entre muitas outras bandas.
Esta nova vaga musical tem uma qualidade imensa.
Setúbal continua uma cidade cultural e que desenvolve música como sempre fez. A diferença é que o país não tem essa noção e a ajuda não vem de lado nenhum. Por natureza continuamos a desenvolver o bichinho artístico dentro do coração dos setubalenses. Por amor continuamos a mostrar ao país que nas artes Setúbal ainda é a 3ª cidade do país. Apenas anda com alguma vergonha de se impôr como tal.
Futuro risonho o da música oriunda de Setúbal. Resta saber se as infraestruturas conseguem oferecer aos músicos da cidade a oportunidade de evoluirem aqui mesmo. E este será o grande desafio da cidade nos próximos tempos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

The Road


O próprio titulo deste filme é uma metáfora. A vida é uma estrada finita que seguimos, desconhecendo o que nos irá aparecer à nossa frente. Em "The Road", passa-se exactamente o mesmo. Os protagonistas avançam desconhecendo em absoluto o que se irá seguir. O filme procura ajudar-nos a entender o significado do nosso percurso, tendo como base o sofrimento humano a um nível bastante elevado. Questionando-nos sobre factos simples, como a importância que damos às pequenas coisas, ou factos complexos, como a verdadeira questão da vida: será o caminho que seguimos o realmente correcto?
O desespero do mundo real é tal que o pai ensina ao filho uma maneira de se suicidar, caso tudo desapareça. O mundo é negro e sem uma gota de esperança. A mensagem ambiental não é metafórica, nem se traduz pelo uso de simbolos. É aquilo que vemos e que sentimos.
Os constantes flashbacks, os actos de canibalismo e o confronto entre um possivel suicidio e viver neste mundo sombrio, são factores que nos emergem numa nuvem negra de desespero e questões morais transcendentes a tudo o resto. Não há forma de esconder que "The Road" é o exemplo claro de um verdadeiro futuro negro. Não há heróis como em Mad Max, não há amizade e esperança como em "Terminator", não há máquinas do tempo como em "12 monkeys". Há apenas o que existe, o real. Esta é das poucas vezes que um filme pós apocaliptico se aproxima tanto da vida real que conhecemos.
Até que ponto a sobrevivência vale a pena num mundo completamente destruido e sem hipotese de retorno? De que nos serve caminhar por um mundo devastado e vazio, onde só existe crueldade e nada mais poderá nascer? "The Road" explica-nos tudo isto, ou faz-nos pensar nisto.
Os flashbacks são como os nossos pensamentos passados, simbolizam o que de bom ou mau se passou connosco numa determinada altura, sempre de forma natural.
Todo este péssimismo e dramatismo resulta de forma perfeita. Quando há algo um pouco menos negativo, nós como espectadores sentimos um enorme alivio e uma grande felicidade pelos protagonistas. Embora saibamos que a crueldade é a única matriz deste mundo tão real.
Os flashbacks limitam-se a aumentar ainda mais o nosso desespero. Pois são sempre curtos, tanto nas partes felizes como tristes.
Tocante do ponto de vista relação pai-filho. Tocante do ponto de vista da humanidade e do sofrimento. Cruelmente tocante por ser uma possibilidade futura para o nosso mundo.
Além de todas estas temáticas, também o facto de as crianças procurarem relacionamentos, a felicidade, a amizade em todas as coisas, é explorada de forma bastante simples.
A realização é soberba, acompanhando o estilo sombrio do filme, com planos distantes e correctos. A fotografia envolve-nos num mundo cinzento, em que não existe um pingo de cor(esperança).
"The Road" é um dos filmes mais expantosos dos últimos anos. Kodi Smit-Mcphee tem um papel fantástico para um miúdo da sua idade.Viggo Mortensen tem aqui a sua melhor representação de sempre, interpretando um homem que nos ensina realmente algo, neste nosso mundo coberto de riqueza desmedida e pobreza infinita. Ensina-nos que a felicidade não se encontra no que podemos alcançar, mas no que realmente temos. E o que temos é a nossa familia, os nossos amigos e nós próprios.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

It's life or death


Sergeant JT Sanborn: I'm ready to die, James.
Staff Sergeant William James: Well, you're not gonna die out here, bro.
Sergeant JT Sanborn: Another two inches, shrapnel zings by; slices my throat- I bleed out like a pig in the sand. Nobody'll give a shit. I mean my parents- they care- but they don't count, man. Who else? I don't even have a son.
Staff Sergeant William James: Well, you're gonna have plenty of time for that, amigo.
Sergeant JT Sanborn: Naw, man. I'm done. I want a son. I want a little boy, Will. I mean, how do you do it, you know? Take the risk?
Staff Sergeant William James: I don't know. I guess I don't think about it.
Sergeant JT Sanborn: But you realize every time you suit up, every time we go out, it's life or death. You roll the dice, and you deal with it. You recognize that don't you?
Staff Sergeant William James: Yea... Yea, I do. But I don't know why.
[sighs]
Staff Sergeant William James: I don't know, JT. You know why I'm that way?
Sergeant JT Sanborn: No, I don't.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A música de antes e a música de agora

Antes Santana era livre.
Nos anos 60 e 70 surgiu música sem regras, totalmente inovadora para a época. Génios como Pink Floyd, Genesis e Santana criavam assim estilos musicais livres, cujo único objectivo era"criar". Dando essa liberdade a esses "génios", a sua música desenvolvia-se de uma forma imensamente própria, sempre ligada ao artista. Cada música tinha a personalidade de quem a tocava, compunha e escrevia. Não era um acto de outrém, ou de alguém completamente alheio ao seu proecesso artístico. Fazer música na década de 60 e 70 era partir do princípio. Era recusar críticas e aceitar apenas a veia artística, sem tecto, sem limites.
Actualmente aconteceu um pouco o contrário do que se previa. A música tende-se a formar por estereótipos e a liberdade creativa livre deixou de ter sucesso ou mesmo de existir. Quem quiser aplicar a sua genialidade tem que o fazer segundo certos parâmetros, certas características mais ou menos estereótipadas que, naturalmente, condicionam o génio do artista, limitando-o a todos os níveis.
Pode os leitores achar um exagero. Contudo, imaginem Eddie Vedder, Steven Wilson, Billy Corgan, Jack White e tantos outros nas décadas de 60 e 70. Numa época onde a liberdade musical existia concretamente, apesar de nem sempre bem aceite,. Numa época onde os génios tinham realmente espaço para serem génios.
Antes Santana era livre...

Qualidade

"O motard português Hélder Rodrigues colocou-se hoje a 52 segundos do terceiro lugar do rali todo-o-terreno Dakar-2010."

"Zachary Mainen, cientista da Fundação Champalimaud, acaba de ganhar uma bolsa de €2,3 milhões do European Research Council, tornando-se no segundo cientista a trabalhar em Portugal a conquistar o maior prémio científico europeu."

"Marco Neiva não fez nenhum "Avatar" - nem perto disso - mas criou uma empresa de produções 3D em Viana do Castelo e não lhe tem faltado trabalho."

Estas são três notícias avançadas pelo jornal "Expresso", que demonstram que Portugal não é só o passado, Portugal não é só futebol. Portugal detém a máxima qualidade, tanto no seu povo português, como nas pessoas que vêm de fora para contribuir positivamente na nossa evolução.
Chega de nos queixarmos do nosso país. É tempo de cada um de nós lutar por fazer melhor!



sábado, 9 de janeiro de 2010

City and Colour













"So save your scissors

For someone else's skin
My surface is so tough
I don't think the blade will dig in
Save your strength

Save your wasted time
There's no way that I want you to be left behind
Go on save your scissors
Save your scissors"

É isto que Dallas Green canta. Letras cheias de sentimento, com metáforas directas e objectivas, mas com um profundo sentido emocional.
Se fosse só por isto, Dallas Green era apenas mais um músico, como tantos outros.
É o tom desesperante e ao mesmo tempo intimo, que nos toca tão profundamente.
Dallas Green cria letras fantásticas, sobre a problemática do amor, tanto do ponto de vista positivo como do negativo. Mas é na sua voz que reside a sua magia. Na forma como coloca as palavras numa entoação tão profunda, tão especial que nos toca a todos.
Dallas Green transmite-nos os sentimentos pretendidos da forma mais directa possivel, cantando-nos o que sente da forma que o sente.
Este é o verdadeiro sentimento, este é Dallas(City) Green(Colour).
Um génio a ter em conta.
Aconselho: Save Your Scissors; Comin' Home; Hello I'm in Dellaware; Waiting; The Girl; Like Knives.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Os melhores de 2009 em várias áreas

Artista Musical a Solo de 2009:
Dallas Green (City And Colour)













Banda de 2009 e Melhor Concerto de 2009:
Dave Matthews Band - Alive 2009



















CD de 2009:
Porcupine Tree - The Incident















Melhor Actor de 2009:
Mickey Rourke - The Wrestler, Darren Aronofsky














Banda Portuguesa de 2009:
Iconoclasts - Lisboa













Melhor Canal de Televisão Nacional de 2009:
RTP2









Melhor Programa de TV em Portugal de 2009:
5 para a meia-noite














Dallas Green
é, a meu ver, um dos melhores músicos da actualidade. As suas letras são emocionais e cheias de sentimento, com traduções simplificadas de emoções humanas tão complexas, como o amor e o ódio. A sua simplicidade em palco, aliada a uma enorme humildade tornam Dallas Green uma figura a seguir. É músico no seu estado mais puro, para qualquer ouvinte.

O concerto de Dave Matthews Band no Alive foi sem dúvida o melhor da minha vida. É inacreditável a qualidade musical que existe naquela banda. Desde o espantoso baterista, ao violinista, guitarrista, baixista e ao novo saxofonista, esta banda junta alguns dos melhores músicos da actualidade, criando uma musicalidade que vai desde o puro rock ao blues, jazz, funk e hard rock! Dave Matthews completa o circuito, com a sua energia imensa na voz e a sua figura tão representativa quanto simples. A meu ver, a grande banda desta década!
Os Porcupine Tree continuam a fazer bater o coração do rock progressivo, legado deixado por bandas como Pink Floyd ou Genesis. Desengane-se quem pensa que ficarão atrás. É um erro. Este The Incident é a prova viva de que os Porcupine Tree são, na actualidade, a melhor banda de rock progressivo em actividade e sem dúvida uma das mais visionárias, através do génio de Steven Wilson.
Mickey Rourke desempenha um papel tão complexo quanto ingrato. Rourke é um wrestler solitário, perdido numa vida vazia e com pouco mais para oferecer. Desempenho excepcional, tanto do ponto de vista emotivo, onde Rourke nos faz sentir temor pela sua solidão extrema, ou do ponto de vista real, onde Rourke se interpreta a si próprio.
Do ponto de vista musical os Iconoclasts não nos trazem nenhuma inovação. Músicas energéticas, com refrões que ficam na cabeça e uma sintonia imensa dos seus intstrumentos, são alguns dos pontos positivos para quem ouve Iconoclasts em casa. Contudo, em concerto tudo muda. A energia passa a loucura, a sintonia passa a uma simbiose perfeita entre cada um. As duas vozes combinam-se de forma a criar apenas uma alma e o caos é lançado. É ver para crer, o que esta banda consegue fazer em palco, sendo que a energia nunca acaba o sentimento d eunião vai ficando sempre mais forte. Um exemplo para quem ainda dá concertos parado.
Escolho a RTP2 para melhor canal de 2009 não porque veja muita TV, mas sim porque me apercebi que é o canal nacional que oferece maior qualidade. Desde filmes menos comerciais a programas culturais de imenso interesse, a RTP2 trouxe-nos em 2009 muito do melhor que se faz em Portugal. De referir também o apoio a novos projectos, tanto musicais como cinematográficos, para programas de grande qualidade. Algo que se espera que continue a evoluir e que tanto é necessário.
O programa 5 para a meia-noite é eleito um pouco como fiz com o canal rtp2. Não sou de ver muita televisão, mas este programa foi capaz de me prender e fazer o que nenhum programa me conseguia fazer há muitos anos! Obrigar-me a ir para a frente da TV a uma hora marcada! E isto todos os dias. É um programa descontraído, com uma boa disposição exemplar, mas que nos trás grandes personalidades, que têm quase sempre algo muito interessante para nos oferecer, seja esta ou aquela história ou experiência de vida.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Os melhores filmes de 2009














1 - The Hurt Locker, Kathryn Bigelow
Este filme de guerra explora a densidade humana do seu personagem principal, numa situação opressiva e dramática. Ao contrário dos demais filmes guerra, a guerra em si fica em segundo plano e serve apenas de contraste para a personalidade do protagonista, completamente viciado em adrenalina, mas com um limite completamente descontrolado entre a sua humanidade e a parte natural da violência.
The Hurt Locker é um filme que puxa os seus protagonistas até ao limite extremo do que é possível aguentar, mesmo para um soldado. Sem dúvida o filme do ano de 2009, tanto pela sua parte técnica, tão bem estruturada e adequada, como pelos seus personagens densos e humanamente construídos, não como peões na sua guerra, mas como o coração dessa própria guerra.














2 - The Wrestler, Darren Aronofsky
The Wrestler explora a solidão no seu ponto mais extremo. Um homem que já tinha perdido tudo volta a ganhar algo na vida, um objectivo, uma razão para se motivar. As relações neste filme são tratadas de uma forma exemplar e que nos levam à lágrima com toda a facilidade. Um filme onde Mickey Rourke tem uma das interpretações da década, representando um homem na solidão extrema que todos tememos.
Aronofsky realiza este filme dramático, demonstrando mais uma vez que é um dos grandes realizadores do novo cinema.















3 - Gran Torino, Clint Eastwood
Eastwood realiza e protagoniza este drama que incide sobre uma temática bastante importante: quais são os objectivos da nossa vida e até que ponto devemos fazer sacrificios para os realizar?
É o último filme de Eastwood como actor e que interpretação brilhante. É um filme que questiona porque estamos neste mundo e explora um ser humano único que possuí dentro de si a capacidade para interpretar todas as situações, resolvendo-as com a compaixão ou desorientação que lhe é própria.














4 - Redbelt, David Mamet
Redbelt saiu directamente para DVD, portanto a sua passagem por Portugal não foi muito sentida, contudo estamos perante uma obra imensa e magnifica.
Redbelt retrata o sofrimento do seu protagonista de uma forma exemplar, levando-o ao extremo da suas emoções como ser humano.
Um dos melhores filmes de 2009, pelo seu argumento tão audacioso e pelas representações apaixonantes.















5 - Two Lovers, James Gray
Um dos romances desta década, onde Joaquin Phoenix tem também uma das interpretações da mesma. Representando um ser completamente perturbado e incrivelmente complexo, este filme une um triângulo amoroso, composto por três personagens densas e dramáticas, onde conflitos e emoções surgem em catadupa, sempre de forma tão natural. James Gray é um dos realizadores do momento, capaz de captar momentos dramáticos puramente sentidos por qualquer pessoa e ser capaz de conjugar planos de génio com sequências de imagem completamente absorventes.














6 - Coraline, Henry Selick
O novo filme de Henry Selick está para mim muito à frente de o Estranho Mundo de Jack. A nível gráfico a evolução é natural, sendo que as animações têm agora uma evolução digital.
Mas este filme ganha pelos seus personagens. Cada um é construído com metáforas e estereótipos, mas com um sentido. Não são apenas marionetas que dançam em volta do argumento. Coraline é uma rapariga como qualquer outra, num mundo completamente louco e bizarro, mas ao mesmo tempo único e apaixonante.















7 - The Curious Case of Benjamin Button, David Fincher
David Fincher é um dos génios da realização do cinema actual. Fincher sempre se demarcou pelo seu estilo tão próprio, negro, sombrio e decadente. Neste Benjamin Button, a essência de Fincher continua presente, mas o dramatismo é completamente diferente de todos os filmes anteriores de Fincher. É um filme genial do ponto de vista argumentativo, com uma história tão única e especial e personagens que nos apaixonam a cada cena. Brad Pitt é caracterizado de forma brilhante e dá uma alma imensa a este Button-Fincher.



















8 - Up, Pete Docter
A disney pixar voltou a fazer uma obra prima. Up não é um filme para exclusivamente para crianças. É um filme infantil com metáforas adultas e uma mensagem directa sobre o que é envelhecer, o que é perder alguém na vida e como é que devemos ultrapassar tudo isso. Up ensina-nos a crescer e a evoluír.













9 - Ponyo on a cliff by the sea, Hayao Miyazki
Miyazaki é para mim o génio do cinema de animação. Cada filme seu é uma fábula de magia e fantasia. Este Ponyo não foge à regra. Apesar de ser para um público mais jovem, continua a possuir todo o conteúdo tão próprio de um filme "Miyazekiano". A sua paixão pela natureza, as relações entre crianças e adultos e o amor.















10 - Doomsday, Neil Marshall
Este 10º lugar é um prémio para um filme que exijo destacar. Além de Tarantino e Rodriguez de pouco vive o cinema de Série B da actualidade. Este Doomsday é um dos exercicios mais puros desse género. Completamente sangrento, com acção non-stop, sem perguntar onde e porquê. Contudo, não é um filme vazio de acção, não é um blockbuster. Apesar da história banal, tem personagens completamente originais e que se desenvolvem da forma mais inesperada ao longo do filme. Do realizador que nos deu o grande The Descent, um dos meus filmes de terror preferidos.